Luaty


Angola é deles. Mas a luta pela liberdade, pelos direitos humanos, pelo que é justo e certo não tem passaporte nem nacionalidade.


© Jose Sena Goulao/Lusa

Já todos ouvimos falar de Luaty Beirão, que completará 35 anos em 19 de Novembro. Se lá chegar. Luaty é um rapper conhecido como Ikonoklasta na cena musical, licenciado em Engenharia Electrotécnica e em Economia. O pai era militante do MPLA e director-geral da Fundação José Eduardo dos Santos.

Luaty foi detido em 20 de Junho por estar reunido com um grupo de 14 pessoas a discutir o livro “Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura – Filosofia Política da Libertação para Angola”. Foram todos posteriormente acusados de prepararem uma rebelião e um atentado contra o presidente angolano. Angola é, de todas as antigas colónias portuguesas, a única que vive ainda num regime ditatorial. 

O regime aproveitou o dinheiro fácil do petróleo para construir uma tentativa de desenvolvimento económico – muitas obras públicas e uma população espoliada e empobrecida. Mas à medida que o preço do petróleo desceu, o descontentamento popular cresceu.

Angola está agora condenada a democratizar-se e a optar por um novo modelo de desenvolvimento, mais equilibrado e com menos desigualdade.

Espero que o martírio de Luaty não seja necessário. Nem sei se é lícito sacrificar a própria vida em prol de uma causa maior. Se lhe pudesse dizer algo, pedia para parar já. Mas tenho a certeza de que Luaty se decidiu voluntariar para protagonizar a mediatização necessária à causa democrática angolana.

Angola é deles. Mas a luta pela liberdade, pelos direitos humanos, pelo que é justo e certo não tem passaporte nem nacionalidade. Se algo terrível acontecer a Luaty, nesse dia seremos todos angolanos. Intercedo para que não seja preciso chegar tão longe.

Escreve à sexta-feira

Luaty


Angola é deles. Mas a luta pela liberdade, pelos direitos humanos, pelo que é justo e certo não tem passaporte nem nacionalidade.


© Jose Sena Goulao/Lusa

Já todos ouvimos falar de Luaty Beirão, que completará 35 anos em 19 de Novembro. Se lá chegar. Luaty é um rapper conhecido como Ikonoklasta na cena musical, licenciado em Engenharia Electrotécnica e em Economia. O pai era militante do MPLA e director-geral da Fundação José Eduardo dos Santos.

Luaty foi detido em 20 de Junho por estar reunido com um grupo de 14 pessoas a discutir o livro “Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura – Filosofia Política da Libertação para Angola”. Foram todos posteriormente acusados de prepararem uma rebelião e um atentado contra o presidente angolano. Angola é, de todas as antigas colónias portuguesas, a única que vive ainda num regime ditatorial. 

O regime aproveitou o dinheiro fácil do petróleo para construir uma tentativa de desenvolvimento económico – muitas obras públicas e uma população espoliada e empobrecida. Mas à medida que o preço do petróleo desceu, o descontentamento popular cresceu.

Angola está agora condenada a democratizar-se e a optar por um novo modelo de desenvolvimento, mais equilibrado e com menos desigualdade.

Espero que o martírio de Luaty não seja necessário. Nem sei se é lícito sacrificar a própria vida em prol de uma causa maior. Se lhe pudesse dizer algo, pedia para parar já. Mas tenho a certeza de que Luaty se decidiu voluntariar para protagonizar a mediatização necessária à causa democrática angolana.

Angola é deles. Mas a luta pela liberdade, pelos direitos humanos, pelo que é justo e certo não tem passaporte nem nacionalidade. Se algo terrível acontecer a Luaty, nesse dia seremos todos angolanos. Intercedo para que não seja preciso chegar tão longe.

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