Assunção pode estar de partida para a OCDE que já foi de Ferro

Assunção pode estar de partida para a OCDE que já foi de Ferro


Ex-presidente da AR está disponível para assumir funções na Europa e a representação na OCDE é a hipótese mais falada entre dirigentes do PSD.


Assunção Esteves pode estar de partida para Paris. A ex-presidente da Assembleia da República (AR) é um dos nomes falados para assumirem funções na delegação permanente de Portugal junto da OCDE, onde já esteve Ferro Rodrigues – eleito ontem presidente da AR – entre 2005 e 2011, tendo deixado as funções para se candidatar às legislativas antecipadas de 2011. 

Segundo apurou o i, Assunção Esteves já terá dado conta a Passos Coelho da sua disponibilidade para fazer as malas e regressar ao centro da Europa, onde já esteve em Bruxelas, como eurodeputada. Assunção Esteves não integrou as listas às eleições do último dia 4 por decisão pessoal – embora tenha participado de forma intensa na campanha da coligação – e o cargo de embaixador de Portugal junto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico é uma possibilidade que deverá ser considerada quando o novo executivo entrar em funções. 

O cargo de embaixador de Portugal junto da OCDEé de nomeação política e terá de ser aprovado em conselho de ministros. Basílio Horta, autarca de Sintra, antecedeu Ferro Rodrigues nas funções na OCDE, nomeado pelo governo de Durão Barroso (em coligação com Paulo Portas), sendo reconduzido no cargo por Freitas do Amaral, ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de José Sócrates, em 2005. 

A disponibilidade da ex-juíza do Tribunal Constitucional para a OCDE ganha particular acolhimento no PSD quando no exercício das funções está Paulo Vizeu Pinheiro (desde Fevereiro de 2013). O embaixador e ex-consultor sénior de Durão Barroso na Comissão Europeia é um dos nomes a quem Passos pode entregar a pasta da Administração Interna, já que Anabela Rodrigues não será reconduzida.

Quando Miguel Macedo saiu do governo, Paulo Vizeu Pinheiro foi apontado como um dos que melhor se encaixavam no perfil de ministro da Administração Interna pretendido pelo primeiro-ministro. Passos poderá levar o nome do embaixador para a mesa das negociações com Paulo Portas. 

Independentes do PS? A composição do novo executivo, depois da indigitação de Cavaco Silva, está nas mãos de Passos e de Portas. Este fim-de-semana será intenso para os líderes do PSD e do CDS, que vão continuar fechados a estudar o perfil que consideram adequado para cada uma das pastas. Uma coisa é certa:sem maioria no parlamento, o futuro elenco governativo deve ter um perfil mais político e menos técnico, alertam dirigentes da coligação ao i. 

Para já, é certo que além de Passos, como primeiro-ministro, e de Portas, como vice-primeiro-ministro, transitam do anterior governo Maria Luís Albuquerque, Jorge Moreira da Silva, AssunçãoCristas e Pedro Mota Soares. José Pedro Aguiar–Branco poderá deixar a Defesa e passar a titular de outra pasta, bem como Luís Marques Guedes, que na última legislatura foi ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares. Nuno Crato e Rui Machete ainda não terão decidido se ficam ou não, e Paulo Macedo, depois de hesitar, já terá dito a Passos que está disponível para continuar em funções, segundo apurou o i. De saída confirmada, além de Anabela Rodrigues, estão Paula Teixeira da Cruz, António Pires de Lima e Miguel Poiares Maduro.

Passos e Portas contam entregar no final da próxima semana a composição do governo ao Presidente da República. Os líderes da coligação Portugal àFrente, que saiu vencedora das eleições de dia 4, querem tomar posse o mais breve possível. Mas sem maioria no parlamento e com um governo a prazo – PS, PCP e BE já anunciaram a apresentação de uma moção de rejeição ao programa de governo – não será fácil ver aceites os convites que serão pessoalmente formalizados pelos líderes.

Além disso, Passos e Portas não excluem a possibilidade de convidar para o governo independentes da área doPS. Basílio Horta pode ser um dos nomes a considerar para integrar o futuro executivo. Ao i, o autarca garante que não foi abordado e lembra que está empenhado no seu mandato em Sintra. 

Parlamento desejado Entre sociais-democratas e centristas, o parlamento é o palco mais desejado: é onde vai estar o confronto político. Luís Montenegro tem sido apontado para a pasta dos Assuntos Parlamentares – que deverá ser desanexada da Presidência e ganha particular importância enquanto durar a próxima legislatura –, mas já sinalizou que está disponível para se manter como líder parlamentar do PSD. “É o líder desejado por toda a bancada, conhece bem o seu interlocutor no CDS [Nuno Melo, que se mantém na liderança da bancada centrista ] e seria arriscado tentar outro nome quando perdemos a maioria”, defende um dirigente do PSD.