© Andre Kosters/Lusa
Este é o último dia de campanha eleitoral e aproxima-se o dia de reflexão.
Estas eleições, à semelhança de muitas outras, estão bipolarizadas. Na prática, escolhemos entre mais quatro anos do mesmo ou um novo governo (provavelmente, uma coligação entre o PS e o Bloco de Esquerda).
Quem preferir continuar com o mesmo executivo, escolhe o quadrado da coligação PSD/CDS. Quem prefere um governo liderado pelo PS, vota no partido da mãozinha. E no estado em que estão as coisas – com as sondagens a apontar para uma vitória do PSD/CDS –, todos os que votarem noutros partidos ou nulo/branco estão a ajudar PSD/CDS a manter-se.
Mesmo que mais de 60% dos eleitores votem contra o actual governo, ele ainda cantará de galo no domingo à noite. Sim, é duro para os militantes e simpatizantes do PCP, Bloco, Livre pensarem que o seu voto nesses partidos é tudo o que Passos Coelho e Paulo Portas agora mais anseiam.
Mas só a concentração de votos no PS permite um novo governo. E é isto que está agora em causa.
Quando coloco um X neste quadrado, que resultado é que daqui obtenho? Se o mundo fosse um lugar melhor, o sistema eleitoral permitiria o voto uninominal (os eleitores escolheriam o seu deputado, e não uma lista de nomes desconhecidos) e o voto preferencial (ordenação dos candidatos por ordem de preferência).
Mas o que temos para fazer neste domingo é algo muito menos sofisticado e que exige uma atitude muito mais pragmática.
Escreve à sexta-feira