Foi uma das poucas receitas que Manuel Joaquim Machado Rebelo, mais conhecido como Abade de Priscos, transmitiu, ainda que com seguinte observação: “impossível de lhe dar com as minhas receitas, os dedos das minhas mãos e o paladar da minha língua. A culinária é uma arte bela, mas depende muito do artista.”. Para fazer prova disso o ousado Abade lançou o desafio de fazer um pudim juntamente com o cozinheiro do Paço, em que ambos utilizariam os mesmos ingredientes. A disputa deu resultados opostos, com vantagem para o Abade, certo é que todos nós ficamos a ganhar pois ficou-se a saber a receita de tão afamado pudim e Interdito a vegetarianos!
Confecção: o pudim é confeccionado num tacho de latão ou cobre onde é colocado meio litro de água. Quando esta estiver a ferver, coloca-se meio quilo de açúcar, uma casca de limão, um pau de canela e cinquenta gramas de toucinho (é proposto que seja gordo (e de preferência de Chaves ou Melgaço) e deixa-se ferver até atingir ponto espadana. Batem-se quinze gemas e mistura-se-lhes um cálice de vinho do porto até ficar em meio ponto, depois de bater novamente. A calda de açúcar é, então, vazada através de um coador fino para uma tigela onde estão as gemas, mexendo-se tudo. Barra-se uma forma com açúcar em caramelo e deita-se aí o preparado que é posto a cozer durante 30 minutos em banho maria. O pudim é desenformado quando estiver quase frio.
{relacionados} Artigo escrito por Aptece ao abrigo da parceria com o Jornal i.