"[A decisão da Standard and Poor´s] representa o reconhecimento, por parte da agência de `rating´, de que houve uma melhoria continuada da situação económica do País, recuperação do emprego e também que há um processo de consolidação orçamental que permite que a dívida pública tenha entrado numa trajectória descendente pela primeira vez em 15 anos", disse Maria Luís Albuquerque.
"É, naturalmente, uma notícia positiva, que olhamos como um encorajamento para continuar nestas políticas, tanto mais que a própria agência de `rating´ alerta que os riscos que podem levar, eventualmente, a uma nova descida, são precisamente não se continuar com as reformas estruturais, ou de haver um desvio significativo àquilo que são as metas orçamentais entretanto definidas", advertiu.
A ministra das Finanças, que falava aos jornalistas em Setúbal, reconheceu que Portugal ainda não atingiu o "grau de investimento", mas salientou que uma próxima subida já nos colocará novamente nesse patamar.
A agência Standard and Poor's (S&P) melhorou hoje o 'rating' de longo prazo de Portugal, de 'BB' para 'BB+', antecipando que haja uma continuidade das políticas seguidas "independentemente do resultado das eleições de Outubro".
Para Maria Luís Albuquerque, trata-se de uma mensagem clara da agência de `rating´, alertando para a necessidade de dar continuidade às políticas desenvolvidas pelo actual Governo PSD/CDS nos últimos quatro anos.
"O que eu leio naquelas palavras é que não poderá haver um desvio, após as eleições, dessas políticas e dessas medidas, a não ser que se queira correr o risco de haver novamente uma descida do `rating. Fazerem neste momento uma subida do `rating´ é uma boa notícia, que reconhece os resultados já alcançados e o próprio comunicado contém os elementos necessários para que haja uma nova subida, que é essencialmente a continuação deste caminho, de reformas, de crescimento e de consolidação das contas públicas", frisou.
A ministra das Finanças advertiu, no entanto, que não obstante o comunicado da Standard & Poor´s não antecipar qualquer movimento do `rating´ de Portugal a curto prazo, isso não significa que tal não possa vir a acontecer.
"De momento não antecipam que haja, a muito curto prazo, nem uma subida nem uma descida, mas isso não impede as agências de ´rating´ de fazerem movimentos mais bruscos, num sentido ou noutro, como aliás, nós já assistimos no passado. Na prática o que estão a dizer é que reconhecem a melhoria e que ficam à espera para ver [para decidirem] qual é o próximo movimento", avisou.
Lusa