É preciso recuar a 1962 para encontrar uma estreia em que o Real não tenha vencido na principal prova europeia de clubes (45 jogos, entre Taça dos Campeões e Champions). Rafa Benítez não quis destoar e liderou os merengues a mais um triunfo, desta vez sobre o Shakhtar, por 4-0. Com mais ou menos dificuldades pela frente, foi um dia normal no escritório dos merengues – ou, como na célebre expressão britânica, business as usual. Num jogo sem grande história, Benzema e Ronaldo (3) confirmaram os três pontos para os espanhóis.
Apesar do Shakhtar já ser um habitué na Liga dos Campeões, os dois clubes nunca se tinham defrontado (esta é a 20.a época do Real Madrid na fase de grupos)em jogos oficiais. Os ucranianos ainda aguentaram meia hora no Bernabéu, até ao golo de Benzema, onde conseguiram discutir a superioridade merengue. Ofrancês já tinha falhado um golo incrível aos 14’, depois de um passe de morte de Ronaldo, mas os espanhóis demoravam a impor-se.
Até que Pyatov deu um frango e Benzema pôde comemorar o seu golo 43 na prova, que o torna no melhor goleador da Liga dos Campeões de entre os jogadores que nunca marcaram um penálti (na lista geral é Ronaldo quem manda, com 80). Ofrancês continua a ser mal amado por muitos, mas está cada vez mais entre os grandes: igualou os golos de Francisco Gento no historial do Real Madrid na Taça dos Campeões Europeus e só está atrás de Raúl, Ronaldo, Di Stéfano e Puskas.
No minuto seguinte ao 1-0, Bale teve de sair por lesão e abriu uma oportunidade para Kovacic se estrear na Champions com a camisola do Real Madrid. Até ao intervalo, o Shakhtar continuou a discutir o resultado, embora Navas não tivesse muito trabalho.
Aos 52’ Stepanenko foi expulso por acumulação de amarelos, o que deixava a via aberta para um triunfo espanhol. Mas foi um erro do árbitro croata que esteve na origem do desmoronamento da equipa ucraniana. Um penálti mal assinalado, quando Ronaldo rematou contra as costas de Srna, deu ao português a oportunidade de fazer o 2-0. Oassunto estava arrumado; a tarefa do Shakhtar tornava-se praticamente impossível.
Mas calma, que oassunto estava arrumado, menos para CR7. Oavançado português voltou a bater um penálti aos 63 minutos, e o marcador começava a ganhar contornos de goleada. Aos 81’, Ronaldo aproveitou uma defesa incompleta de Pyatov e completou um hat-trick. Era o oitavo golo do português em dois jogos, depois da manita ao Espanhol na última jornada do campeonato.
Com mais uma noite em grande, Ronaldo aproxima-se rapidamente do recorde mais importante que atingirá nos merengues: faltam-lhe apenas dois golos para igualar Raúl, o melhor marcador de sempre do Real Madrid (323 golos). Será já no sábado, com o Granada?