No mês de Julho, o Novo Banco enviou uma nova proposta aos lesados do BES cujo acordo ou recusa devem ser confirmados até dia 18 de Setembro. Uma maioria dos sete mil clientes deve aprovar a proposta para autorizar o Novo Banco a avançar com esta solução comercial.
O MEL Suíça condena o conteúdo da nova proposta porque não aporta novas soluções, não responsabiliza o Novo Banco e não vai ao encontro dos interesses dos lesados.
Esta proposta comporta grandes incertezas segundo o MEL Suíça. "A comunicação social diz que os clientes lesados podem recuperar até 90% do montante investido (…), mas na verdade não há nenhuma certeza", disse hoje à Lusa Bruno Barbosa, líder e cofundador do MEL Suíça.
De acordo com a mesma fonte, esta proposta oferece uma garantia "relativa" de recuperação de 30% do capital investido pelos clientes lesados.
"Com esta proposta, os únicos a assumir os riscos são os lesados", refere Bruno Barbosa.
Por outro lado, os clientes lesados que aceitem a nova proposta terão de renunciar a qualquer acção judicial contra o banco, de acordo com o líder do MEL da Suíça.
O porta-voz recorda que até dia 06 de Setembro, data em que se reuniram uma centena de apoiantes do MEL Suíça, nenhum deles recebeu o documento informativo simplificado, prometido pelo Novo Banco, que deveria apresentar as condições e características da proposta de solução.
O movimento também está preocupado com o facto de que muitos emigrantes lesados, residentes na Suíça, não têm conhecimento da possibilidade de anular, modificar ou recusar a proposta anterior bem como a nova proposta.
O MEL Suíça formou-se no passado mês de Agosto, na sequência do envio da proposta do Nova Banco. Dois encontros decorreram em Vevey, Suíça, para debater a proposta.
Formado por Bruno Barbosa e Jorges Marques, o MEL Suíça constitui actualmente uma plataforma informal para trocar informações entre os emigrantes lesados.
Mas "estamos a pensar em criar uma associação de defensa dos direitos dos clientes lesados", disse o responsável à agência Lusa.
O MEL Suíça vai participar na manifestação do 26 de Setembro em Paris, organizado pelo MEL Paris, e prevê outros encontros nas próximas semanas.