Afinal foi sol de pouca dura. Depois de uma pré-época horrível, oBenfica conseguira uma goleada na primeira jornada (4-0). Uma semana depois, a equipa de Rui Vitória sofreu a primeira derrota na Liga frente ao surpreendente Arouca. Quem vencesse o jogo passava a líder isolado. A expectativa dos adeptos encarnados era enorme. Só que o Arouca entrou praticamente a vencer, com um golo aos dois minutos, e os 30 remates com que o Benfica terminou o encontro não foram suficientes para alterar o 1-0. A estatística não explica tudo, mas há uma conclusão a retirar. As águias até estiveram melhor que na vitória com o Estoril, mas desta vez nem um ponto conseguiram para a complicada matemática do campeonato. A queda do Benfica é ainda mais estrondosa precisamente pela ocasião que se proporcionara com os empates dos rivais FCPorto e Sporting. Lito Vidigal, que a época passada deixou o Belenenses em lugar europeu, não podia esperar um melhor início. OArouca é o primeiro classificado da Liga.
Fazer o pior e o melhor Desta vez não houve 15 minutos à Benfica, os tais que tinham salvo a equipa contra o Estoril e resultaram numa goleada por 4-0 (enganadora para o que tinha acontecido durante os 90 minutos). Por paradoxal que pareça, o que se viu foi uma equipa organizada, com as ideias mais claras e uma objectividade superior à da primeira jornada. Rui Vitória só fez uma troca no onze, colocando Samaris no lugar de Fejsa.
Estava tudo alinhado para Aveiro assistir a uma festa encarnada, só que os primeiros foguetes foram para o Arouca. A equipa agora orientada por Lito Vidigal apanhou o adversário distraído e marcou na primeira vez que foi à baliza de Júlio César. David Simão fez uma assistência de mestre para Roberto, que na cara do guarda-redes brasileiro escolheu o lado que quis e não falhou. Ainda só se tinham jogado dois minutos e o Benfica sofrera o primeiro golo na Liga 2015/16.
Era um bom teste às capacidades do renovado bicampeão nacional. Mas o arranque deste jogo estava definitivamente enguiçado do lado encarnado. Aos nove minutos Roberto podia ter feito o 2-0, não fosse uma grande defesa de Júlio César. Obrasileiro voltava a ser crucial para manter a equipa na discussão do resultado, como acontecera com o Estoril.
Os motores do Benfica demoraram a aquecer, mas depois o Arouca não teve mãos a medir na sua zona defensiva. Até ao intervalo, as águias construíram sete oportunidades claras de golo. Bracali estava em grande e impedia o empate. Nessa fase do jogo, o 4x4x2 de Rui Vitória voltava a dominar claramente na posse de bola e atingia o intervalo com 15 remates. Foi talvez o melhor momento da equipa encarnada no jogo, que falhou apenas na finalização.
Tudo ao ataque Victor Andrade saltou logo do banco para o início da segunda parte, substituindo Ola John. Daí para a frente o domínio das águias apenas se intensificaria. OArouca, como é habitual nas equipas que defrontam os grandes, ia recuando à medida que o tempo passava.
Costuma dizer-se que contra adversários fechados só custa entrar o primeiro. Com o Estoril isso confirmou-se, com um 0-0 rapidamente a transformar-se numa goleada. Rui Vitória acreditou que algo semelhante poderia acontecer, tal a quantidade de ocasiões perigosas que a sua equipa criava. O treinador do Benfica foi audaz nas alterações e na mensagem que transmitia para dentro do relvado: os três pontos eram para ganhar. Entraram Carcela por Eliseu e Raúl Jiménez por Samaris. Quem não arrisca não petisca, era o lema no banco encarnado por esta altura. Com tanto jogador na frente, as ocasiões continuaram a aparecer, mas o discernimento também se mantinha na hora de finalizar. Jonas teve na cabeça o empate já nos descontos, mas a sorte que o Benfica teve no jogo passado esteve ausente em Aveiro.
Na próxima semana as águias recebem o Moreirense, que ainda não conseguiu pontuar nesta temporada. Olíder Arouca desloca-se ao terreno do Paços Ferreira.
[Notícia actualizada às 22h15]
