Diz o provérbio popular que até ao lavar dos cestos é vindima. Para a maioria das equipas de futebol – e respectivos adeptos – estar a perder por 3-0 aos 20 minutos, na primeira mão de um play-off, é sinal de que o futuro está bem negro e que a derrota são favas contadas. Mas não para o Borussia Dortmund!
Os alemães aurinegros estavam em desvantagem por 3 golos na Dinamarca, frente à (quase) desconhecida formação do Odd. A sua claque, conhecida por pintar as bancadas de amarelo e negro, não deixou de acreditar na reviravolta e continuou a apoiar a equipa com tanto ou mais fulgor do que no início dos 90 minutos.
Motivados por esta torcida, o Dortmund devolveu uma réstia de esperança ainda na primeira parte. Marcava o gabonês Aubameyang – 3×1.
Na segunda metade os germânicos voltaram ao relvado com a convicção de recompensar os adeptos pelo apoio prestado. Ora vai mais um de Aubameyang – 3×2, ora chega o empate pelo japonês Kagawa – 3×3.
Que reviravolta, não? Com três golos fora, o Dortmund passava de uma situação complicada para um resultado favorável. Contudo, os alemães ainda não estavam satisfeitos e tinham mais uma na manga. Eis que surge o arménio Mkhitaryan a marcar o quarto golo a cinco minutos do apito final – 3×4.
Fim do jogo. Os adeptos gritam bem alto os cânticos do Dortmund e a formação alemã senta-se no relvado, rendida a este frenético e incansável apoio das bancadas.
Com uma vida complicada nos últimos tempos, tendo até andado nos confins da tabela da Bundesliga, na época passada, o Dortmund – e a sua claque – deram mais uma vez o exemplo (à Europa e ao mundo) do que deve ser o futebol e o desporto: um bonito espetáculo, um ambiente magistral e um frenesim de emoções.