1 – Na criopreservação de ovócitos em mulheres com cancro, todo o processo de estimulação hormonal prévio (para obter ovócitos) tem de ser mais controlado do que numa mulher saudável, explica ao i a embriologista Marta Baptista.
“O processo deverá ser seguro, evitando riscos de estimulação do crescimento do tumor; rápido, para os tratamentos de quimioterapia/radioterapia serem iniciados imediatamente; e com uma boa percentagem de ovócitos recolhidos.”
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2 – “A maior dificuldade neste procedimento é as mulheres terem uma neoplasia hormonodependente (como no caso do cancro da mama) que poderá crescer mediante a estimulação hormonal com gonadotrofinas – usadas para obter ovócitos para criopreservação.” No entanto, explica a embriologista, têm sido desenvolvidos protocolos mais eficientes e seguros.
3 – Segue-se a fase da punção ovocitária, em que se recolhem os ovócitos e se levam para o laboratório de embriologia para serem posteriormente vitrificados (técnica de criopreservação – congelação rápida), explica Marta Baptista. Os ovócitos são armazenados em tanques de azoto líquido a -180 ºC, em palhetas de vitrificação, por três anos (renovados por um período adicional de três anos mediante consentimento da mulher). Todas as etapas seguintes à estimulação hormonal são feitas de forma idêntica quer numa doente oncológica quer numa doente saudável.