A Nikkei, maior companhia de media japonesa, já anunciou a compra do Grupo FT por 1,2 mil milhões de euros (844m de libras), depois de 58 anos nas mãos da editora britânica Pearson.
A Pearson confirmou esta quinta-feira que tem estado, nas últimas semanas, em negociações sobre a venda do Grupo FT. O acordo final compreende o jornal Financial Times, o FT.com, títulos como The Banker e Investors Chronicle e uma participação de 50 por cento na Economist Group, editora da revista The Economist.
A oferta do grupo japonês superou, assim, o interesse do rival alemão Axel Springer, que também esteve em conversações nas últimas semanas com a Pearson. Já os alemães anunciaram, esta quinta-feira, num curto comunicado que não iriam comprar o Grupo FT.
O antigo chefe-executivo da Pearson, Dame Marjorie Scardino, tinha prometido que a FT apenas seria vendida por cima do seu cadáver. No entanto, o sucessor John Fallon, não fez jus ao que tinha sido assumido e não repetiu a promessa.
Num comunicado à Bolsa de Londres, a Pearson, uma das maiores editoras do mundo e líder no sector da educação, clarificou a posição face a especulações surgidas nos meios de comunicação.
John Fallon, chefe-executivo da Pearson, revelou que o grupo chegou a “um ponto de inflexão nos media, impulsionado pelo crescimento explosivo dos dispositivos móveis. Esta é a melhor maneira de garantir o sucesso jornalístico e comercial da FT, para que faça parte de uma empresa global de notícias digitais".
Tsuneo Kita, presidente e chefe-executivo do grupo Nikkei, revelou estar “extremamente orgulhoso da parceria com o Financial Times, uma das organizações de notícias de maior prestígio no mundo”.
"O nosso lema de proporcionar alta qualidade de apresentação de relatórios sobre notícias económicas e afins, mantendo a equidade e imparcialidade, é muito próximo à linha editorial do Grupo FT. Compartilhamos os mesmos valores jornalísticos. Juntos, vamos nos esforçar para contribuir para o desenvolvimento da economia global”, acrescenta Kita.
John Ridding, chefe-executivo do Financial Times, disse que “na Nikkei nós encontrámos um parceiro com o mesmo compromisso e com a independência e integridade editorial."
Segundo a imprensa britânica, a Pearson, fundada em 1844 e proprietária do "Financial Times" há quase 60 anos, vendeu o jornal com o objectivo de focar esforços nas publicações para o mundo da educação.
Depois do comunicado de possível venda do jornal, as acções da editora estavam a subir 2,56% na Bolsa de Londres para 12,40 libras esterlinas (cerca de 17,6 euros)
A FT tem uma equipa editorial de 500 jornalistas em mais de 50 localidades, em todo o mundo.