A ideia nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, e passa por criar o primeiro documentário visual dos países de língua portuguesa. Uma equipa de fotógrafos, designers, pesquisadores e escritores criaram um projecto – Nossa Língua – que desafia os utilizadores da rede social Instagram a enviarem fotografias da Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Angola, Macau, Portugal, Moçambique e Brasil.
A coordenadora do projecto, Luciane Araujo, e o curador do Brasil, Beto Pestana (há sete curadores), explicaram que o projecto nasceu “do desejo de aproximação de pessoas que falam a língua portuguesa, através das redes sociais, mas que vivem em países muito distantes. Unir cultura e arte através das percepções de cada habitante desses países foi um ponto decisor para iniciar o projecto Nossa Língua”.
A escolha do Instagram foi decidida pelos criativos do projecto, uma vez que “é uma rede social que foi projectada para smartphones e como cada aparelho actualmente é uma câmara fotográfica em potencial, foi natural a escolha desta plataforma”.
Luciane Araujo explica que “as redes sociais, em especial o Instagram, têm a possibilidade de unir pessoas que passam o tempo fotografando o seu ambiente, sua rotina e sua cidade e compartilhando com outros perfis no Instagram”.
O objectivo do projecto Nossa Língua é compor um painel fotográfico temático que represente e expresse o território de língua portuguesa. Vão ser seleccionadas 100 fotografias entre as submetidas pelos participantes, que podem inscrever-se gratuitamente e postar fotos no Instagram sem limite de número.
Os inscritos terão de enviar os trabalhos gradualmente – para cada assunto há uma data-limite – de acordo com os temas escolhidos:terra, casa, trabalho, fé, festa, gente, lazer, raiz, palavra e mar.
Beto Pestana refere que as dez missões fotográficas vão gerar 100 fotos que “serão publicadas em livro e farão parte de uma exposição itinerante e de um filme-documentário”.
Os responsáveis esclarecem que “a diversidade cultural de cada participante também se manifesta no olhar, nas coisas que lhe são mais familiares, que fazem parte do acervo vivido em cada país. Disponibilizar e favorecer a integração destas percepções é uma forma de delinear visualmente a cultura da língua portuguesa.
Além de favorecer a comunicação entre os povos, pois o Instagram é mais que apenas fotos, é comunicação através da língua escrita”.
A equipa integra profissionais de diversas áreas como pesquisadores, criativos, curadores, publicitários, redactores e fotógrafos profissionais e amadores, “todos unidos para promover, em ideias e acções, o movimento Nossa Língua”.
Entre outras funções, os pesquisadores do projecto “têm um papel muito importante pois resgatam a história de cada foto seleccionada com o auxílio dos curadores locais. São seis curadores, um de cada país, favorecendo o cruzamento de culturas entre quem produz e quem selecciona”. Luciane e Beto acrescentam que no futuro estão a estudar a possibilidade de pôr de pé a segunda edição para o ano de 2016.