“As dívidas acumuladas nos bancos gregos eram dos gregos, não dos outros europeus”

“As dívidas acumuladas nos bancos gregos eram dos gregos, não dos outros europeus”


Passos Coelho disse que na cimeira europeia os países se mostraram disponíveis para ajudar Grécia, mas não há empréstimos “sem condições”.


Foi à esquerda que Passos Coelho foi confrontado com a posição do governo sobre o impasse europeu com a Grécia, com Jerónimo de Sousa, do PCP, a falar mesmo em “chantagem”. Passos negou-a e disse que “o que a Europa emprestou nestes anos à Grécia, não emprestou a mais ninguém”.

“O dinheiro emprestado à Grécia não foi apresentado a mais nenhum país europeu”

​O primeiro-ministro foi mesmo duro, dizendo que “as dívidas que se acumularam nos bancos gregos eram dos gregos e não dos outros europeus” e repetiu: “O dinheiro emprestado à Grécia não foi apresentado a mais nenhum país europeu”. Sobre a cimeira europeia de terça-feira, Passos disse que “todos, mas todos, disseram que estavam disponíveis para dar mais ajuda à Grécia. Mas em todas as nações europeias as democracias fazem sacrifícios, em nenhuma existe nenhum exemplo em que se possa pedir emprestado sem condições”.

{relacionados}

Nas perguntas ao governo, além da Grécia, o líder comunista incluiu ainda a situação da dívida pública que “cresceu 50 mil milhões de euros”, disse. E afirmou que o Estado da Nação é de “mais dívida, mais dependência, mais emprego, mais emigração e mais pobreza”, em “cada números estatísticos, escondem-se vidas arruinadas”.

Jerónimo de Sousa viu Passos sorrir na bancada do governo, durante a sua intervenção, e ainda atirou: “Não se esteja a rir que já vi muitos antecessores seus rirem-se e depois foram demitidos.” Uma farpa directa a terminar, quando o comunista já tinha começado a intervenção a provocar Passos, sobre a troca de “imagens bíblicas” entre Passos e Ferro que acabara de acontecer, dizendo-lhe que “não foi insecticida, mas fez parte da praga”.