Os analistas dos bancos de investimento foram rápidos a lançar as suas visões sobre o referendo, nos habituais relatórios para os seus investidores.
No entender do analista do Deutsche Bank, George Saravelos, “nas próximas horas a vontade de ambos os lados para recomeçar negociações e sobre que condições, será o passo mais importante. Mas será a crescente pressão sobre a economia grega e o seu povo, por causa do congelamento do sistema bancário, que vai determinar a velocidade dos eventos”, referiu. “As decisões terão que ser tomadas em breve, sobre o regresso à via das negociações ou sobre a alternativa da saída do euro.”
Ainda segundo Saravelos, há neste momento três pontos essenciais a reter: “O primeiro, que o referendo foi uma grande vitória de Tsipras”, já que o resultado permite ao líder do governo grego “manter a sua iniciativa política, reforçando a sua liderança dentro do partido e do governo”. Depois, reflecte o analista do Deutsche Bank, “o resultado esconde uma grande divisão no eleitorado”, diz. Para Saravelos, é difícil perceber como é que o “não” ganhou num país em que a maioria da população é europeísta.
Em terceiro lugar, identifica, “o referendo exige à Europa que melhor adopte uma posição face à Grécia, especialmente dada a dimensão da vitória do ‘não’. A mensagem europeia, de que o 'não' era equivalente à saída do euro, tem sido inconsistente, com Merkel e Schäuble a não adoptar esta interpretação. Devemos esperar uma reacção mais clara dos líderes europeus".
Em sentido menos ponderado veio o Barclays. “A saída da moeda única é o cenário mais provável”, sentenciaram os analistas bancários desta instituição.