Há quem planeie o próprio funeral, tentando garantir que a sua despedida da vida cumpre, de facto, a sua última vontade. Mas no caso de Marina Abramović, a cerimónia deverá representar também a sua derradeira obra de arte.
A artista sérvia já planeou o seu próprio funeral, que além da sua performance final, deverá incluir um concerto e cor. No funeral de Marina Abramović, o dress code a seguir deverá ser colorido. Negro mesmo, só os momentos de comédia previstos para cerimónia.
Numa conferência em Sydney, onde passou 12 dias em residência artística, Marina Abramović defendeu que “um artista devia morrer conscientemente e sem medo” e que, como tal, o seu funeral “é a sua última peça antes e partir”.
Abramović revelou, na mesma conferência, pormenores de como gostaria que acontecesse no seu próprio funeral, acrescentando que se deve pensar em tudo e dar instruções precisas “para que tudo corra conforme a vontade da pessoa”.
“Quero deixar três Marinas. Claro que, só uma real, as outras duas serão falsas porque é impossível ter três corpos. Mas quero que estas três Marinas sejam enterradas nas três cidades onde vivi mais tempo, que são Belgrado, Amesterdão e Nova Iorque”, afirmou, citada pelo The Guardian, sem revelar onde ficará o verdadeiro corpo.
A artista quer que Antony Hegarty, dos Antony and the Johnsons, com quem já partilhou uma performance, em 2011, e de quem é amiga, cante na cerimónia e que as pessoas usem roupas coloridas.
Com 67 anos e de boa saúde, Marina Abramović revela que pensou em planear o seu próprio funeral depois da cerimónia fúnebre da escritora Susan Sontag, em 2004, no cemitério de Père Lachaise, em Paris.
“Foi o funeral mais triste onde estive em toda a minha vida e ela [Susan Sontag] foi um dos maiores seres humanos que conheci. Era cheia de vida, curiosa e uma escritora incrível.”
