CPLP. União bancária e livre circulação em debate


Facilitar os negócios e as transacções é um dos objectivos da União de Exportadores da CPLP


Entre as preocupações mais manifestadas por empresários portugueses que pretendem abrir ou que já têm negócios em alguns países da CPLP está a eterna questão dos vistos – particularmente complicados para países como Angola ou Moçambique. Um problema que, segundo os vários representantes da UE-CPLP, se espera que esteja resolvido em breve. O assunto voltou a ser tema de debate esta sexta-feira, dia 26 de Junho, no I Fórum da União de Exportadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (UE-CPLP), que acontece no Centro de Congressos de Lisboa.

 Há várias medidas a serem tomadas, em várias geografias, para facilitar a entrada dos empresários e dos colaboradores de empresas que sejam originárias de outros estados-membros. Tentar minimizar a burocracia associada aos vistos de entrada nos países, bem como os constrangimentos nas operações bancárias é um ponto de honra da UE-CPLP, cujos vários representantes presentes nas salas temáticas do Fórum garantiram estar na ordem de trabalhos.

Em declarações ao i, Mário Costa, presidente da UE-CPLP referiu, antes do início do Fórum, que pretendia, com este encontro “fazer história”. Para isso, notam os empresários, durante as várias intervenções que aconteceram durante o dia de hoje, é preciso desburocratizar viagens, apoiar os processos de aberturas de empresas em países com regras diferentes e facilitar o acesso a transacções bancárias. Moçambique, por exemplo, criou recentemente mais uma quantidade de vistos que visam facilitar o acesso ao país de empresários que tenham negócios cujo investimento seja superior a 100 mil dólares. E um outro, para quem vai só ter reuniões exploratórias e não fazer qualquer trabalho remunerados.

Quanto às transacções bancárias e à transferência de divisas entre países, o tema também não é novo. Já durante o dia de ontem, quinta-feira, num encontro com governadores dos Bancos Centrais da CPLP, Carlos Costa apelou à convergência da regulação para um modelo mais próximo do Europeu. Defendia o governador do Banco de Portugal, que se os processos forem mais parecidos e transparentes, mais facilitadas ficam as transacções entre estados-membros da CPLP e, consequentemente, mais ajuda é possível dar às economias. Muitas questões que bancos portugueses enfrentam actualmente por terem filiais em outros países da comunidade poderiam ser facilmente resolvidas com um modelo de supervisão mais em linha com as regras europeias.

O cenário de uma União Bancária da CPLP voltou a ser aflorado durante esta sexta-feira, nos corredores e salas do Fórum, embora ainda não haja medidas concretas sobre o assunto.