A Alemanha considera que as chances de os credores conseguirem um acordo hoje com a Grécia são cada vez mais escassas, depois de o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras ter rejeitado as últimas condições avançadas pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu para desbloquear a ajuda financeira a Atenas. Outro dos pontos que separa as partes é a hipótese de uma reestruturação da dívida grega, que alguns estados-membros, como a Alemanha, dizem não estar em discussão.
O tom pessimista de Berlim baixou as expectativas do Eurogrupo de esta tarde, logo após de uma reunião de Tsipras em Bruxelas com os chefes das três instituições credoras: Fundo Monetário Internacional (Christine Lagarde), presidente da Comissão Europeia (Jean-Claude Juncker) e presidente do Banco Central Europeu (Mario Draghi).
"A nossa impressão é de que ainda há um longo caminho a percorrer", disse o porta-voz do Ministério das Finanças alemão, Martin Jaeger, numa conferência de Imprensa regular do governo em Berlim. “As instituições credoras fizeram concessões ‘excepcionalmente generosas’ para o governo grego e agora está do lado grego demonstrar avanços”.
Recorde-se que os credores não aceitaram as condições propostas pela Grécia ontem de manhã e querem mais avanços nomeadamente na reforma do sistema de pensões e do IVA.
Atenas tem de pagar no final do mês 1,5 mil milhões de euros ao FMI e sem acordo, deverá entrar em default. Por outro lado, o governo precisa de liquidez não só para os bancos, a braços com uma verdadeira corrida aos depósitos, mas também para pagar os salários e as pensões públicas no próximo mês.