Uma proposta vergonhosa


A iminente bancarrota da Grécia obrigou António Costa a procurar descolar do Syriza. 


© Nuno Andre Ferreira/Lusa

António Costa está a pagar caro a sua estratégia disparatada de virar o PS à esquerda radical, imitando o Syriza na Grécia. Quando este partido venceu as eleições, António Costa afirmou que “a vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha”.

Depois, confrontado com os sucessivos fracassos deste, António Costa afirmou no mês passado que “temos de travar um combate na UE de forma inteligente, não de forma tonta como o Syriza”. Ou seja, o combate do PS e do Syriza na UE era o mesmo, só que este não o estava a travar de forma inteligente.

A iminente bancarrota da Grécia obrigou António Costa a procurar descolar do Syriza. Para isso, qual filho pródigo, resolveu voltar aos braços dos socialistas europeus, chamando o líder do PSOE, Pedro Sánchez, a Lisboa.

Este lá lhe fez a vontade, mas para o efeito arrancou de Costa uma concessão absolutamente vergonhosa: a proposta de que Portugal irá partilhar embaixadas, consulados e centros culturais, numa linha de “cooperação reforçada” com Espanha.

Nunca, em toda a história da diplomacia portuguesa, Portugal aceitou uma proposta semelhante, que destruiria totalmente a sua já pequena influência no mundo. Passa pela cabeça de António Costa que a difusão da cultura portuguesa pode fazer-se através do Instituto Cervantes? E será que algum país de língua portuguesa respeitará Portugal se a sua embaixada for uma secção da embaixada espanhola? A um candidato a primeiro-ministro exige-se sentido de Estado.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa 
Escreve à terça-feira 

Uma proposta vergonhosa


A iminente bancarrota da Grécia obrigou António Costa a procurar descolar do Syriza. 


© Nuno Andre Ferreira/Lusa

António Costa está a pagar caro a sua estratégia disparatada de virar o PS à esquerda radical, imitando o Syriza na Grécia. Quando este partido venceu as eleições, António Costa afirmou que “a vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha”.

Depois, confrontado com os sucessivos fracassos deste, António Costa afirmou no mês passado que “temos de travar um combate na UE de forma inteligente, não de forma tonta como o Syriza”. Ou seja, o combate do PS e do Syriza na UE era o mesmo, só que este não o estava a travar de forma inteligente.

A iminente bancarrota da Grécia obrigou António Costa a procurar descolar do Syriza. Para isso, qual filho pródigo, resolveu voltar aos braços dos socialistas europeus, chamando o líder do PSOE, Pedro Sánchez, a Lisboa.

Este lá lhe fez a vontade, mas para o efeito arrancou de Costa uma concessão absolutamente vergonhosa: a proposta de que Portugal irá partilhar embaixadas, consulados e centros culturais, numa linha de “cooperação reforçada” com Espanha.

Nunca, em toda a história da diplomacia portuguesa, Portugal aceitou uma proposta semelhante, que destruiria totalmente a sua já pequena influência no mundo. Passa pela cabeça de António Costa que a difusão da cultura portuguesa pode fazer-se através do Instituto Cervantes? E será que algum país de língua portuguesa respeitará Portugal se a sua embaixada for uma secção da embaixada espanhola? A um candidato a primeiro-ministro exige-se sentido de Estado.

Professor da Faculdade de Direito de Lisboa 
Escreve à terça-feira