O primeiro-ministro disse esta sexta-feira, durante o debate de preparação do Conselho Europeu, que “ninguém quer fazer ajoelhar coisa nenhuma. Se o governo grego não estiver disponível para aceitar condições, está no seu direito. Todas as instituições europeias desejam que o acordo (com a Grécia) seja alcançado, mas é preciso que todas as partes estejam de acordo”.
Na discussão, o líder parlamentar do PS acusou o governo de estar a colocar a questão grega como “instrumental, para servir o debate político interno”.
Passos Coelho acredita que o desfecho das negociações entre instituições europeias e Grécia “está nas mãos do governo grego” e, durante o debate quinzenal, já tinha dito que Portugal estava preparado para um impacto com a eventual saída da Grécia do euro pelo trabalho dos últimos quatro anos, tendo ainda atirado à oposição, no fecho do debate de preparação do encontro europeu: “Preferiam que Portugal não tivesse um tostão nos cofres para fazer face à incerteza.”
Mas no PS, o posicionamento é lido como estratégia política, com Ferro Rodrigues dizer que “dá a sensação que a maioria está a “contar que as coisas corram mal com a Grécia”.
Já na esquerda mais à esquerda do PS, os comunistas aproveitam o eventual default grego para dizer que “o caminho que querem impor à Grécia é o mesmo que impuseram e querem continuar impor ao povo português” e no BE, Catarina Martins, falou em “mitos gregos”, sendo um deles dizer que “o problema é do Syriza.
O problema foi criado pelos vossos amigos”, apontando para a governação anterior na Grécia. A porta-voz do BE ainda disse que “em cada 10 euros postos na Grécia, nove serviram para salvar a banca, principalmente a alemã e a francesa. Só um euro foi para o povo grego. Isto é um assalto em larga escala”.
Na intervenção final, Passos criticou quem acusa a Grécia de “estar assim porque os países da zona euro provocaram”. “Só pode ser caricatura de mau gosto", atirou o chefe do executivo que disse ainda esperar que “a oposição não caia na caricatura de responsabilizar o governo português por o governo grego não chegar a acordo”.