Foi Drácula, Scaramanga e Saruman. Deu corpo à Criatura da Maldição de Frankenstein e à Múmia. Assustou tudo e todos quando interpretou o Lord Summersisle e trocou umas espadas com os Mosquesteiros que ocuparam as salas de cinema em 1989. Impunha a própria figura e terá sido protagonista de uns quantos pesadelos de cinéfilos menos preparados. Mas, escrevia ontem o crítico inglês Peter Bradshaw no “Guardian”, foi um actor com uma “enorme inteligência” e com uma “carreira notável”. Christopher Lee morreu aos 93 anos.
A notícia foi confirmada hoje mas o actor morreu no domingo. A família quis comunicar primeiro aos que eram mais próximos de Lee, antes de tornar a notícia pública. Congregava fãs de diferentes gerações, fruto de uma carreira que iniciou nos anos 40. O papel de Drácula, que o tornou conhecido e lhe abriu as portas para um percurso de sucesso, sempre o acompanhou mas nunca Lee o recordou com desdém.
Ocupou o lugar de um dos mais populares vilões de 007, o temível atirador de três mamilos, Francisco Scaramanga. E mais recentemente desempenhou o papel de Saruman, o feiticeiro branco criado por JRR Tolkien para o Senhor dos Anéis. Mas foi o Lord Summerisle de “The Wicker Man” (filme de 1973, em português “O sacrifício”) que muitas vezes apontou como a personagem que mais gostou de ser, num filme que se transformou em obra de culto no universo do terror, sobre uma rapariga desaparecida de uma ilha escocesa, entre rituais macabros e outras maravilhas.
Estava em pré-produção o filme “The 11th”, com estreia prevista para 2016, em que Christoper Lee estava incluído no elenco.