Para o FMI, as medidas propostas pela Grécia ainda não chegam

Para o FMI, as medidas propostas pela Grécia ainda não chegam


Blanchard diz que o sistema de pensões continua “demasiado generoso” e que ainda há funcionários públicos a mais.


As medidas propostas pela Grécia aos credores internacionais são ainda insuficientes, considerou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, numa entrevista ao jornal Les Echos.

O país, que tem problemas de liquidez e corre risco de incumprimento, está há meses a negociar com os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) para que seja desbloqueada uma tranche de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido em 2012.

Questionado sobre a posição do FMI, Blanchard indicou que "é flexível quanto ao que Atenas deve fazer desde que seja apresentado um programa coerente", refere a entrevista publicada no site do jornal.

"Tendo em conta as últimas estimativas que dão conta de um défice orçamental substancial, neste momento, são precisas medidas credíveis para transformá-lo em excedente e manter esse excedente no futuro", afirmou.

"Dado o que está a ser apresentado, ainda estamos longe", acrescentou Blanchard, que vai deixar o cargo que ocupa no FMI em Setembro.

O economista afirmou que "o sistema de reformas e pensões é demasiado generoso e ainda há funcionários públicos a mais".

Blanchard indicou ainda que há vários cenários de crise "que vão do controlo de capitais à saída do euro", esperando que possam ser evitados.

Num artigo publicado no site "Project Syndicate", o ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, afirmou que o governo grego está pronto para aceitar todas as reformas pretendidas pelos credores, mas rejeita novas medidas de austeridade.