Pep Guardiola teve um duro regresso a Barcelona. Sozinho, Messi arrasou com a equipa do antigo treinador. A vitória por 3-0 deixa os catalães muito próximos da sua oitava final na Liga dos Campeões. Oagora treinador do Bayern venceu tudo pelo Barça – 14 troféus em quatro épocas. A época passada, na estreia pelos bávaros, caiu nas meias-finais. O cenário está perto de se repetir e Guardiola não está preocupado com o que isso possa significar para a sua reputação. “Não estou aqui para ser o melhor treinador do mundo. Isso é uma merda, desculpem a expressão. Estou aqui para ajudar o clube e os meus jogadores. Fiz o que pude em Barcelona e aqui faço o mesmo. É um sonho estar no Bayern. Quero ganhar tudo.”
“Estamos on fire. No futebol tudo é possível. Sabemos que não vai ser como contra o Porto, mas tentaremos”,
Thomas Müller, jogador do Bayern
Com Jupp Heynckes, os alemães humilharam o Barça (7-0 no conjunto das duas mãos) em 2013. Agora, na véspera de receber o clube espanhol, Guardiola lidera um Bayern de duas faces. A equipa da Baviera soma 361 minutos sem marcar (em todas as competições), o maior jejum em 17 anos. Porém, se olharmos para os dois recentes encontros jogados na Allianz Arena, em eliminatórias da Champions, o saldo é avassalador: 13-1 em golos. Este número pode fazer o Bayern sonhar. “Adoraria marcar três golos em cinco minutos mas temos de controlar o jogo com o nosso estilo, como nos campeonatos que vencemos. Talvez não seja suficiente. Mas não é por dizer ‘eu sou o Pep e isto é o Bayern’ que se ganham jogos. É preciso jogá-los.”
Bayern vem de quatro derrotas consecutivas, o Barcelona tem um saldo de 25-0 em golos nos últimos sete jogos
Guardiola pode estar a exagerar quando diz que tem pela frente a melhor equipa europeia dos últimos 15 anos. Mas oBarça do seu amigo Luis Enrique, pontificado no trio Messi-Suárez-Neymar, tem destruído os adversários – 25 golos marcados e zero sofridos nos últimos sete jogos. Contudo, o seu treinador receia que os campeões da Bundesliga se dêem já como vencidos. “Eles deram a volta na eliminatória anterior (vs. FCPorto) e até lhes sobraram golos. E conhecendo a sua identidade, sabemos que vamos sofrer mas tentaremos que o jogo se aproxime o mais possível do que aconteceu em Barcelona.”
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Ambos os treinadores se conhecem bem, desde os tempos em que partilharam o balneário como jogadores do Barcelona e da selecção espanhola. Por isso é difícil surpreenderem-se. Em Espanha, a classe individual de Messi resolveu um 0-0 que parecia inquebrável. Como será hoje em Munique? “[O Bayern] vai atacar de certeza, e de diferentes formas, como faz em todos os jogos. Pep é um treinador de ataque que sempre dominou a defesa e cria muitas ocasiões de ataque sem sofrer muitos contragolpes”, explica Luis Enrique. Guardiola também sabe o que esperar: “Gostava de fazer um jogo directo e fazê-lo bem, mas quanto mais depressa vai a bola mais depressa vem. E o Barça transformou-se na melhor equipa do mundo em contragolpe, são fantásticos.”
Em Munique ninguém esquece as meias–finais de 2013/14. A precisar de recuperar um golo de desvantagem, oBayern lançou-se desesperadamente no ataque e saiu goleado por 4-0 pelo Real Madrid de Ancelotti. Um ano depois, Pep quer mostrar que aprendeu a lição. “OReal veio com 1-0. Não é o mesmo. Até ao minuto 77 estivemos empatados. Contra o Madrid não tivemos oportunidades. Sofremos em contra-ataques. Temos de defender bem. Não é necessário atacarmos como loucos.”
“Espero que a noite mais importanteda minha carreira esteja por chegar”. “Não nos interessa um jogo louco e,se se tornar louco, tentaremos tranquilizá-lo”, Luis Enrique, treinador do Barcelona
Ao contrário do adversário, o Bayern atravessa uma fase negra, com quatro derrotas consecutivas. Para piorar o panorama, os bávaros continuam sem contar com Robben e Ribèry. Esta noite, a equipa da Baviera precisa de marcar pelo menos três golos a este super Barcelona. Tarefa quase impossível, mas é preciso não esquecer que em campo estarão vários futebolistas da selecção alemã que foi campeã mundial e goleou o Brasil por 7-1. Será que a palavra “impossível” se deve usar? “Estamos on fire”, avisa Müller. “No futebol tudo é possível. Sabemos que não vai ser como contra o Porto, mas tentaremos.” Pep adianta:“Somos o Bayern. Preparo sempre os jogos para ganhar.”
