As jornadas das trabalhadoras-mães


No que toca aos papéis de género, o cenário está ainda distante de uma organização simétrica e partilhada; as condições de participação no mercado de trabalho, no contexto familiar e na comunidade são distintas


E assim despontou este mês de Maio. As datas quase se tocaram: o dia do/a Trabalhador/a e o dia das Mães. Uma análise comparada permite constatar que a taxa de emprego de mulheres que são mães é relativamente elevada no nosso país. A larga maioria trabalha a tempo inteiro. A diferença entre o número de horas de trabalho (remunerado) dos homens e das mulheres é das mais baixas do espaço europeu (eles dedicam semanalmente um pouco mais de três horas à actividade laboral), num cenário que se tem desenhado no sentido da aproximação.

No entanto, apesar da expressiva participação laboral das mulheres portuguesas, muito permanece por conseguir no domínio da qualidade do emprego. São vários os casos – e apenas alguns noticiados – de discriminação de trabalhadoras devido à sua condição de mães. Os diagnósticos estão feitos: em geral, a maternidade penaliza as mulheres no recrutamento, no vínculo contratual, nas oportunidades de formação, no desenvolvimento profissional, na progressão de carreira e nas remunerações.

No que toca aos papéis de género, o cenário está ainda distante de uma organização simétrica e partilhada; as condições de participação no mercado de trabalho, no contexto familiar e na comunidade são distintas. A este respeito, muito importa recordar a outra jornada: aquela que compreende todo o trabalho não remunerado. Por cá, as mulheres empregadas dedicam 15 horas semanais às tarefas domésticas e 22 a cuidar/educar as crianças, mais sete que os homens em ambas as frentes. Eis mais um desequilíbrio que urge ultrapassar…

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão – U. Lisboa. Escreve à quarta-feira


As jornadas das trabalhadoras-mães


No que toca aos papéis de género, o cenário está ainda distante de uma organização simétrica e partilhada; as condições de participação no mercado de trabalho, no contexto familiar e na comunidade são distintas


E assim despontou este mês de Maio. As datas quase se tocaram: o dia do/a Trabalhador/a e o dia das Mães. Uma análise comparada permite constatar que a taxa de emprego de mulheres que são mães é relativamente elevada no nosso país. A larga maioria trabalha a tempo inteiro. A diferença entre o número de horas de trabalho (remunerado) dos homens e das mulheres é das mais baixas do espaço europeu (eles dedicam semanalmente um pouco mais de três horas à actividade laboral), num cenário que se tem desenhado no sentido da aproximação.

No entanto, apesar da expressiva participação laboral das mulheres portuguesas, muito permanece por conseguir no domínio da qualidade do emprego. São vários os casos – e apenas alguns noticiados – de discriminação de trabalhadoras devido à sua condição de mães. Os diagnósticos estão feitos: em geral, a maternidade penaliza as mulheres no recrutamento, no vínculo contratual, nas oportunidades de formação, no desenvolvimento profissional, na progressão de carreira e nas remunerações.

No que toca aos papéis de género, o cenário está ainda distante de uma organização simétrica e partilhada; as condições de participação no mercado de trabalho, no contexto familiar e na comunidade são distintas. A este respeito, muito importa recordar a outra jornada: aquela que compreende todo o trabalho não remunerado. Por cá, as mulheres empregadas dedicam 15 horas semanais às tarefas domésticas e 22 a cuidar/educar as crianças, mais sete que os homens em ambas as frentes. Eis mais um desequilíbrio que urge ultrapassar…

Professora no Instituto Superior de Economia e Gestão – U. Lisboa. Escreve à quarta-feira