O ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional afirmou hoje que o financiamento da agência Lusa vai ser despachado pela secretária de Estado do Tesouro em breve, informou a Comissão de Trabalhadores (CT) da empresa em comunicado.
Segundo o comunicado, Miguel Poiares Maduro afirmou, durante uma reunião hoje com a CT da Lusa, que o despacho vai ser assinado pela secretária de Estado do Tesouro e reconheceu “o atraso na resolução da questão, que atribuiu às mudanças na Secretaria de Estado e a outras prioridades”.
A CT da Lusa comunicou a Miguel Poiares Maduro que “pretende a anulação do fator de correção no contrato de serviço público, por falta de qualquer justificação para a invocação de “dumping””.
Também assinalou que a CT preconiza “a correção da inconstitucionalidade relativa aos subsídios de férias, receando que esta, no limite e no pior cenário concebível, seja saldada com mais reduções de pessoal”.
“Não vou recusar a responsabilidade dos custos sociais dos constrangimentos financeiros que são impostos à Lusa”, respondeu o ministro, citado no comunicado da CT da agência nacional, que tem como acionista maioritário o Estado.
Numa reunião de cerca de meia hora, a CT alertou Miguel Poiares Maduro para “as consequências já verificadas dos cortes orçamentais na empresa, designadamente a redução da produção noticiosa no primeiro semestre em 10% homólogos, o funcionamento em sobrecarga da estrutura e a degradação da rede”.
O membro do Governo foi ainda confrontado com “a poupança conseguida com a precarização da rede internacional”, que, segundo a CT, fixou-se em cerca de 170 mil euros.
Também as dívidas incobráveis referentes em 2012, cujo montante é de 286 mil euros, foram referidas no encontro pela comissão que representa os trabalhadores da Lusa ao ministro da tutela,
A CT pediu ainda ao ministro que explicasse a preocupação do Estado na “coesão territorial”, dada “a realidade da debilitação da rede, e a qualidade do jornalismo”.
Citado no comunicado, Poiares Maduro disse que tinha uma “opinião favorável” da Lusa, “com base no que tem ouvido”, mencionando a reestruturação financeira e o equilíbrio financeiro e relevando o “potencial em termos de internacionalização”.
Justificando a “menor atenção” prestada à Lusa com o facto de a empresa da órbita empresarial do Estado na área da Comunicação Social “necessitar de menor intervenção”, Poiares Maduro garantiu que nunca irá interferir na gestão da agência e afirmou que solicitou “um estudo sobre a internacionalização, do qual continua à espera”.
“Quero pensar agora na estratégia de internacionalização”, disse, citado no documento da CT, que esclareceu que “não há estratégia que resista à carência de recursos, pelo que ou se reduzem os objetivos ou se aumentam os recursos.”
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa