A quinta coluna alemã existe em Portugal
Um dos grandes mitos da II Guerra Mundial foi a existência, no Reino Unido, de uma quinta coluna nazi que, do lado de dentro, iria derrotar os ingleses e conquistar as ilhas Britânicas.
O pânico com a “Quinta Coluna” revelou-se infundado mas, com o país em guerra, a histeria e a desconfiança relativamente ao “inimigo interno” contribuíram para algumas páginas negras na história da Inglaterra em guerra - qualquer alemão, incluindo muitos judeus, acabaram “internados” lado a lado. É evidente que o Reino Unido tinha a sua quota de nazis, mas a força de que dispunham foi largamente exagerada. E foi assim que os judeus alemães sofreram uma segunda perseguição em terras de sua majestade, para onde tinham fugido em busca de paz. Os historiadores afirmam hoje que o medo de que a Inglaterra fosse derrotada pela imaginária quinta coluna foi largamente exagerado.
Sem entrar na comparação alemães nazis-alemães dominadores na União Europeia, é verdade que Portugal dispõe hoje de uma quinta coluna bastante disponível para prejudicar os interesses nacionais em favor dos interesses dos países mais fortes da UE. São muitos, vivem de cara destapada, multiplicam-se pelas televisões (às vezes parecem omnipresentes) e desejam que Portugal seja derrotado, os portugueses sejam levados para mais cortes, as agências de rating rebentem com o país e os juros da dívida subam à velocidade dos balões.
A ideia masoquista de que “só a Europa nos põe na linha” é um mantra que tem tido alguma aceitação, como se viu pela votação da coligação PSD/CDS nas eleições passadas. É evidente que a maioria dos representantes dessa “quinta coluna” vive bem, tem salários razoavelmente altos e faz parte de uma elite que não perdeu nem o emprego nem os bens com a crise. Assim é fácil ser porta-voz de uma Comissão Europeia dominada pela histeria do “ajustamento” contra os pobres. Não contra os bancos, claro. Nem contra os muito ricos que fogem ao fisco.