Os perigos do terrorismo no meio dos refugiados
O problema dos refugiados das guerras do Médio Oriente e da Líbia, que chegam à Europa à procura de uma vida melhor, está a provocar grandes divisões na Europa. Em primeiro lugar, algumas nações temem o crescimento da população muçulmana e receiam que esta acabe por impor as suas leis, contrárias à democracia. Outros países falam nos problemas económicos e dizem que não estão preparados para receber mais pessoas, já que a sua gente se confronta em larga escala com o desemprego. Há ainda quem não queira pura e simplesmente ter encargos com os migrantes.
Já se sabe que a Europa não tem espaço para acolher todos os habitantes dos outros continentes, mas pode e deve receber de forma digna os refugiados destas guerras. É uma obrigação moral e ninguém se deve colocar de fora. Tirando alguns países do Leste que assumem o seu racismo, os outros Estados devem tomar as medidas certas para que a chegada de milhões de pessoas não crie conflitos nas nações de acolhimento. As imagens que nos chegam da Hungria, República Checa, Eslováquia e Macedónia transportam-nos para os horrores do Holocausto. Estas imagens serão mais facilmente apagadas se a normalidade voltar à Síria e à Líbia, permitindo que os migrantes deixem de arriscar a vida em pequenos botes para alcançarem a terra prometida.
Mas se as imagens nos fazem lembrar o Holocausto, também me recordam um filme: “Scarface”. O regime de Fidel Castro decidira enviar para os EUA os opositores ao regime ou com filiação americana, mas no meio desses milhares estavam os assassinos e traficantes que o emblemático líder não queria no seu país. Será, pois, assim tão difícil prever que o Estado Islâmico não tenha infiltrado os seus fundamentalistas entre os muitos milhares de verdadeiros refugiados? Os serviços secretos sabem que sim, mas não é politicamente correcto falar disso. O que poderá ser bem grave, pois muitos dos migrantes não têm qualquer documento e são despachados de país em país...