António Costa veio encerrar o “Yes Summer Camp” cheio de jovens da Juventude Socialista. Falou de emprego, reformas e da "dignidade humana"
“É fundamental repor a educação como prioridade política”. O secretário-geral do PS, António Costa, veio encerrar o “Yes Summer Camp”, um evento da Young European Socialists, organização europeia socialista, que começou na passada terça-feira e juntou mais de mil jovens. E foram eles o denominador comum do seu discurso."
Num evento promovido pela Juventude Socialista (JS), com centenas de pessoas a apoiá-lo, Costa não quis desiludir, e centrou o seu discurso para as gerações mais novas. “Temos uma taxa de desemprego juvenil que é uma violência para os jovens, mas uma ameaça para o futuro do país”.
E é sobre esse "futuro" que recairá a campanha do PS, além da “confiança” nos jovens para tranquilizar as gerações mais velhas - segundo o líder socialista durante a primeira "reentré" política do PS. Costa aproveitou ainda para falar do programa socialista sobre as propostas para a área da educação. "Mais criatividade nos currículos, diversificação no ensino secundário, ao contrário do que a direita quer fazer logo no básico, e valorizar o ensino superior". Nesta última medida, visou a chanceller alemã Angela Merkel e Passos Coelho: "Nós não temos licenciados a mais como dizem, temos é oportunidades de trabalho a menos", finalizou. E nessa linha, o secretário-geral socialista propõe um caminho alternativo: “precisamos de jovens a sério, não para trabalhar em call centers, mas para modernizar a economia".
O mote estava dado para que Costa passasse ao ataque em relação às políticas de emprego dos últimos quatro anos do executivo do PSD/CDS. Para o líder socialista, “é inaceitável gastar recursos públicos e dos fundos europeus para financiar a precariedade com estágios que não formam profissionalmente, e não postos de trabalho”. Propondo um “contrato entre gerações”, Costa quer pôr fim “ às ofensas à dignidade humana do trabalhador”, e para isso será necessário, dar a oportunidade para “que uma pessoa que já trabalhe há muito tempo possa ter uma reforma parcial, em contrapartida dando lugar à criação de um emprego a tempo inteiro para um jovem”.
Por último, não esqueceu o seu principal adversário, Passos Coelho. “O nosso primeiro-ministro disse que a sua grande frustração era não ter conseguido reduzir os custos de trabalho, esta é toda uma ameaça daquilo que ele quer fazer se lhe derem nova oportunidade”. E para isso, a solução é óbvia: votar PS, como os restantes três oradores que o antecederam quiseram deixar marcado.
A líder da YES Nina Zivamovic também tomou a palavra. "Feliz" por Portugal ter acolhido o evento, afirmou que o PS “tem uma tarefa difícil nas próximas legislativas”, mas pelo que viu nestes cincos dias de evento, “terão um grande resultado”. O carismático presidente da Câmara de Torres Vedras Carlos Miguel pediu uma “vitória retumbante” a 4 de Outubro e o líder da JS João Torres “quer inconformismo dos jovens socialistas até ao fim, e que Costa feche os portões da angústia, da tristeza e da desesperança”, rematou.