Não há alternativa ao investimento em Defesa, considera Gouveia e Melo

Não há alternativa ao investimento em Defesa, considera Gouveia e Melo


“Temos que ser inteligentes na forma como fazemos esses investimentos, precisamente para tentar preservar ao máximo o Estado Social que todos queremos”


O ex-chefe do Estado Maior da Armada considerou esta terça-feira que “não há opção” alternativa ao investimento em Defesa. No entanto, Henrique Gouveia e Melo defendeu inteligência tanto para a economia como para a preservação do Estado Social.

“Qual é a opção? Há alguma outra opção? A opção é não nos defendermos quando estamos a ser atacados? A opção é não ripostarmos se nos quiserem tirar a liberdade? Não, não há opção”, disse Gouveia e Melo.  

O almirante, que participou na What’s Next Summit 2025, que decorreu na Porto Business School, respondia a uma questão acerca das declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que na segunda-feira associou o investimento na indústria de Defesa ao bem-estar no dia-a-dia e liberdade individual dos cidadãos.

Gouveia e Melo vincou que “Portugal tem hoje condições excelentes para albergar investimentos” no setor, dando seguimento ao que já tinha escrito em artigo de opinião publicado na mais recente edição do Nascer do Sol

“Potenciar a economia de defesa como motor de inovação tecnológica e soberania estratégica permitirá um maior retorno do investimento”, escreveu o almirante no nosso jornal. “Integrar Portugal nas cadeias de abastecimento da futura indústria de defesa pan-europeia, em setores de elevado valor acrescentado e forte componente tecnológica, preferencialmente de duplo uso, contribuirá para esse retorno à economia”, acrescentou.

Esta terça-feira, na Porto Business School, Gouveia e Melo complementou o argumento: “O que temos é de fazer de forma mais inteligente, tentando beneficiar também a economia com tudo o que tiver de ser feito na área da Defesa, e há ou não há essa possibilidade? Eu e outros achamos que há essa possibilidade”.

Para Gouveia e Melo, investindo na Defesa pode acabar por resultar em “investir em tecnologia, tecnologia essa que aumenta a produtividade da economia, e aumentando a produtividade da economia, retorna à economia o que foi retirado para investir na Defesa, tendo como coisa subsidiária e complementar” a preparação “para qualquer ameaça”.

Segundo a agência Lusa, questionado se o investimento em Defesa não poderia comprometer serviços básicos como a Saúde, Educação ou o Estado Social, Henrique Gouveia e Melo recorreu novamente à inteligência na tomada de decisão.

“Temos que ser inteligentes na forma como fazemos esses investimentos, precisamente para tentar preservar ao máximo o Estado Social que todos queremos”, referiu