
Os avós maternos e dois tios de Émile Solei, o menino que desapareceu em França em 2023 e cujos restos mortais foram encontrados em março de 2024, foram detidos pela morte da criança, esta terça-feira.
Os quatro familiares são suspeitos de homicídio voluntário e ocultação de cadáver, anunciou o procurador público de Aix-en-Provence.
“Esta manhã, 25 de março de 2025, Philippe Vedovini e a sua mulher, avós de Emile Soleil, bem como dois dos seus filhos, foram detidos sob acusações de homicídio voluntário e ocultação de cadáver por investigadores da secção de investigação da ‘gendarmeria’ de Marselha”, informou Jean-Luc Blanchon, através de um comunicado.
As detenções, ainda segundo o procurador, “fazem parte de uma fase de verificação e comparação dos elementos e informações recolhidos durante as investigações realizadas nos últimos meses”.
Outro dos contornos bizarros deste caso está relacionado com o padre que batizou o menino.
O sacerdote, amigo da família, suicidou-se no dia 15 deste mês, dez dias antes das detenções comunicadas hoje.
Segundo a imprensa francesa, antes do suicídio o padre tinha discutido com o avô de Émile. A família sempre foi muito próxima do padre, mas a relação azedou quando, na altura do desaparecimento, o sacerdote divulgou junto dos órgãos de comunicação uma fotografia do menino.
Nessa altura, os avós e os pais do menino tentaram excluir o padre da comunidade, avança o Paris Match.
O padre deixou uma carta de despedida onde se lia: “Avisa a minha irmã. Diz-lhe que a amo, o meu cunhado, amo-os”. “Só o amor importa. Anunciem o Evangelho”, acrescentou. No bilhete, deu também indicações da roupa com que deveria ser enterrado.
Recorde-se que Émile Soleil desapareceu no dia 8 de julho de 2023, na região de Vernet, numa comunidade com cerca de 125 habitantes, quando estaria a brincar no jardim junto a casa dos avós, de quem estava à guarda, pois os pais não estavam nesse dia.