Sondagem. Montenegro é com vantagem o preferido para primeiro-ministro


Portugueses não parecem penalizar Montenegro pela queda do Governo.


Se as eleições se realizassem hoje tudo ficaria mais ou menos igual aos resultados das eleições de 2024.                  

Apesar de as distâncias entre socialistas e sociais-democratas se manterem dentro da margem de erro do estudo da Consulmark2 para o Nascer do SOL/Euronews (+/- 4%), a AD mantém-se à frente, com uma margem mais confortável (32,1%) de distância em relação ao PS (28%).

Nas últimas eleições, a sondagem da Consulmark2 foi a que ficou mais próxima dos resultados saídos das eleições de 10 de março de 2024, falhando apenas por décimas as percentagens finais obtidas pelos principais partidos: AD, PS e Chega.

O estudo que publicamos nestas páginas segue o mesmo método de amostragem  e revela alguns dados importantes sobre a perceção dos portugueses face à tempestade política dos últimos dias. Para já, Luís Montenegro pode dar-se por satisfeito, porque, de acordo com este estudo, os portugueses parecem ter compreendido que o chefe do Governo tenha apresentado uma moção de confiança face às críticas de toda a oposição. Em sentido contrário, a maioria dos inquiridos não concorda com a atuação dos partidos da oposição face ao caso Spinumviva.

Outro dado favorável a Montenegro surge na questão sobre quem preferem os portugueses para primeiro-ministro. Neste ponto, o atual primeiro-ministro tem uma grande vantagem  (41,9%) em relação ao seu principal opositor, Pedro Nuno Santos (27,4% ).

Também no âmbito das perceções, a AD, para já, vence quando se pergunta quem é que os inquiridos acham que vai ganhar as eleições. Em resposta a esta pergunta, a maioria (37,7%) considera que a AD vai sair vencedora, muito acima dos que apostam numa vitória socialista (23,6%).

Outra opinião que parece clara na leitura das resposta s deste estudo é que, apesar da instabilidade política que o país viveu nos últimos tempos, nem à direita, nem à esquerda, os eleitores defendem coligações maioritárias. 68,4% dos eleitores consideram que a AD não deve fazer nenhum entendimento com o Chega. Já à esquerda, as opiniões são mais equilibradas, mas 47,5% rejeita uma reedição da geringonça, contra 43,9% que veriam com bons olhos um entendimento do PS com os partidos à esquerda. 

Montenegro é por larga margem o preferido dos portugueses  para primeiro-ministro

É uma das questões que os portugueses mais ponderam quando têm de tomar a sua decisão de voto: quem acha que é melhor primeiro-ministro?

E é nesta questão que Luís Montenegro se destaca a grande distância de todos os seus adversários. Apesar das questões que levaram à queda do Governo, com um caso que diz respeito à conduta do chefe do Governo, mesmo assim, 41,9% dos inquiridos na sondagem da Consulmark2 escolhem Montenegro para primeiro-ministro.

É neste ponto da sondagem que Pedro Nuno Santos mostra a sua maior fragilidade face ao seu principal adversário. Só 27,4% preferem o líder dos socialistas para primeiro-ministro. Este resultado contrasta com os resultados obtidos pelos dois líderes nas vésperas das eleições de há um ano. Nessa altura, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro apareciam com resultados muito aproximados e, em muitos estudos, o líder socialista surgia à frente.

Um ano depois a perceção dos portugueses mudou, o que confirma que quem está em funções e se candidata a eleições tem vantagem.

Já André Ventura, que tem na rua cartazes a pedir aos portugueses «Deem-me uma oportunidade», parece não estar a ser ouvido. Apenas 11,6% dos portugueses consideram que o líder do Chega seria melhor primeiro-ministro do que Montenegro ou Pedro Nuno. Nesta questão André Ventura parece não ter ainda conseguido entrar no campeonato dos grandes, ao contrário do que acontece no Parlamento.

Ficha Técnica

Estudo de opinião sobre a atual situação social e política em Portugal, realizada pela Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda para o jornal Nascer do SOL/Euronews.
Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas pelas variáveis sexo, idade e região, com base nos Censos 2021. A amostra teve 594 entrevistas efetivas: 287 homens e 307 mulheres; 123 entre os 18 e os 34 anos, 325 entre os 35 e os 64 anos e 146 para os 65 e mais anos; Norte 192, Centro 91, Oeste e Vale do Tejo 51, Grande Lisboa 116, Península de Setúbal 44, Alentejo 25, Algarve 35, R. A. Açores 20 e R. A. Madeira 20.
Técnica: Entrevistas telefónicas (CATI).
Datas de realização do Trabalho de Campo: Decorreu entre 6 e 12 de março de 2025.
Taxa de resposta: 58,9%.
Erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%: + 4,0%.
Responsabilidade do estudo: Consulmark2, Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda, sob a direção técnica de José Constantino Costa.
Em “O VOTO”, a percentagem de Ns/Nr/Recusas distribuída aritmeticamente é de 18,5%.