Depois de 1914-18 e de 1943-45, as duas últimas guerras mundiais, cada uma no seu estilo devido, sobre tudo, ao avanço da tecnologia que tornou a 2ª Guerra Mundial (39/45) muito mais mortífera do que a de 14/18, e perante a dimensão da catástrofe vivida pelas populações dos países envolvidos, ou que foram envolvidos devido às “fidelidades” ideológicas e não só, surgiram então os primeiros espíritos Europeus, propondo uma “União da Europa” para evitar a repetição o Holocausto, vivido por muitos, e ainda a promoção do desenvolvimento e bem-estar das populações.
Só que a União preconizada era única e exclusivamente económica e não de natureza política e social, como deveria ter sido, com um período alargado de pré-adesão, para a correspondente adaptação a esses vários parâmetros, entre os quais o social, com as suas diferentes e diversificadas formas de encarar o mundo e a vida, atendendo ao tipo de educação-formação e respectivos valores, coisa que, como é sabido, não foi feita, antes pelo contrário.
Estamos, hoje, no limiar de uma “nova ordem mundial”, em que os “líderes” já não são os de há uma década e, por isso mesmo, tem que haver uma “clarificação” da situação sem deixar de colocar no “pedestal” a China, a Índia, o Brasil e até o Paquistão, aquela criação artificial de 1948 pelos Ingleses que, como sempre, retiravam “tambores e bandeiras”, mas lá deixavam os interesses económicos.
Mas, a par disto, temos a questão dos países do Sul, que vão ter que “prescindir” das suas soberanias, apesar de já serem “partilhadas”, e passarem a ser tuteladas por um Ministério das Finanças Alemão, quiçá um Ministério dos Negócios Estrangeiros e, talvez, um Comissário-Chefe Alemão para toda a Europa dos 17+10?
Portugal está num ponto crítico: é que o Povo talvez não aceite, sem que lhe seja perguntado (e não foi feito) o que pretendem? Essa é a questão e resta saber se sairemos, ou não, do Euro para voltar ao Escudo. Só que quem irá tomar a decisão é o Governo, embora diga, em público, que o “Povo é quem mais ordena”. Então em que ficamos? Quem manda? E se o povo discordar e vier para a rua?
O futuro pertence a Deus, mas Ele disse “faz a tua parte que serás ajudado”. É preciso manter a coesão social, sem ela teremos a revolução social, isto é um dado adquirido. É preciso explicar ao Povo o que se está a passar, com toda a verdade e simplicidade, e envolve-lo, habilidosamente, nas soluções a adoptar. Se isto for feito não haverá revolução social e, muito menos, implosão social.
Sociólogo