Confesso que mesmo não sendo praticante, o surf é um dos desportos que mais me fascinam. Talvez pela sensação de liberdade, mas também pelo encontro com o mar, os valores e o respeito que encerra toda a competição e o amor incomparável dos seus indefetíveis praticantes que invariavelmente marcam as suas férias e sujeitam as suas agendas à pratica deste desporto. O culto de surfar umas ondas é quase como uma religião para quem o segue fielmente. É fascinante de ver, mas também de sentir, o respeito e a dedicação quase a toda a prova. Para além disso é feito de uma comunidade, cheia de gente gira, que atrai pessoas descomplexadas e que vivem uma vida ligada à natureza e em condições muito particulares. As sensações que o mar e a praia nos transmitem são um pouco esse reflexo. A junção entre a vontade de domar a rebeldia da água com a diversão e o prazer de “brincar” e inovar em cima de uma prancha.
Este ano a principal competição regressa ao nosso país pela mão de uma nova geração de dirigentes que muito têm feito pela prática em Portugal. A World Surf League com o seu MEO Rip Curl traduz-se não só no agregar dos melhores atletas do mundo da modalidade mas tem um impacto direto a nível mediato como económico-financeiro da região. Basta para isso perceber que somos neste momento o terceiro destino mundial de surf mais procurado em motores de busca e o primeiro a nível europeu. São já mais de 120 mil os espetadores que enchem os nossos areais em Peniche e muitos mais os que seguem o evento nas diversas plataformas. Um dos pontos altos será sem dúvida a festa que marca o inicio do certame. Este ano no Pavilhão Multiúsos dos Bombeiros de Peniche, no próximo sábado dia 15 de Março, a diversão parece garantida, juntando alguns dos surfistas mais bem cotados com muitos amantes e curiosos.
Nomes fortes como Ahmed spins, uma presença cada vez mais constante nos grandes palcos, o marroquino traz-nos o melhor da música eletrónica. Mas não se esgota aqui. O português Xinobi numa vertente mais Nu-Disco e Indi-Dance, o dj Toby One e um ZIP Showcase com Luca Guichard, Nadezda e Tubarão são motivos mais do que suficientes para que que seja um sucesso numa vertente, onde a música e o surf se cruzam trazendo a comunidade local para o espírito do desporto, que vai ganhando cada vez mais adeptos por esse mundo fora. Essa tem sido aliás uma constante desde sempre, a ligação entre as ondas sonoras e as ondas do mar como são disso perfeito exemplo os Beach Boys desde os anos 60 e depois com nomes importantes em diversos estilos por onde passaram Sublime, Bob Marley, Jack Johnson e muitos outros.
Nos dias 17 e 18 de Março na zona corporate a novidade é um Summit dedicado ao tema. No primeiro dia com a temática “Como maximizar o valor de uma parceria desportiva e no segundo a transformação criativa que impacta o próprio Surf numa parceria que inclui o Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa. Razões de sobra para que Peniche seja o epicentro de um nos maiores eventos nacionais desportivos de 2025 e que se inicia com uma festa que promete. Lá estarei. Absolutamente a não perder.