Antes de divulgações do Porto Canal, Benfica alvo de ataque informático

Antes de divulgações do Porto Canal, Benfica alvo de ataque informático


Benfica alvo de ataque informático antes de divulgações do Porto Canal


O diretor de tecnologia do Benfica em 2017 confirmou esta quarta-feira, durante o julgamento do criador do Football Leaks, que o sistema informático do clube foi alvo de acessos indevidos pouco antes de serem divulgadas informações confidenciais no Porto Canal.

“Identificámos o acesso a diversos ficheiros internos de dados, bem como várias campanhas de ‘phishing’”, afirmou José Ribeiro na sessão de hoje do processo em que Rui Pinto responde por um total de 241 crimes de acesso ilegítimo qualificado, violação de correspondência agravados, e de dano informático.

De acordo com a testemunha, os acessos indevidos “ocorreram em horas noturnas”, alguns com origem em países estrangeiros, “com um IP húngaro e outro francês”, e foram “anteriores às divulgações feitas no Porto Canal e no blogue mercado Benfica”.

José Ribeiro explicou que os utilizadores das contas do domínio do ‘slbenfica.pt’, que rondavam os 1.400, “não se aperceberam de acessos indevidos às suas contas”, garantindo que os mesmos “foram feitos por alguém com conhecimentos informáticos acima da média” e através de contas com privilégios de administrador.

O responsável de tecnologia confirmou o acesso indevido a contas profissionais de várias figuras do Benfica, entre as quais Rui Costa, atual presidente, Luís Filipe Vieira, antigo presidente, e Domingos Soares de Oliveira, administrador da Benfica SAD à data dos factos. 

“A informação não foi recolhida de forma seletiva, mas depois o que era divulgado no Porto Canal, nomeadamente valores de transações de jogadores e informação sobre atividade de gestão desportiva, era escolhido”, afirmou, citado pela agência Lusa. 

José Ribeiro assegurou que depois de terem sido detetados os acessos indevidos, em meados de 2017, foram feitas “várias diligências” em termos de segurança.

Rui Pinto responde em julgamento por 201 crimes de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático. Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.