A Google anunciou esta quarta-feira a criação de um co-cientista de inteligência artificial (IA) que atua como colaborador virtual para investigadores biomédicos. O projeto conta com parceiros académicos do Imperial College London, Stanford e Houston Methodist.
A ferramenta criada pelos investigadores da Google utiliza raciocínio avançado para ajudar os cientistas a sintetizar grandes quantidades de literatura, gerar novas hipóteses e sugerir planos de investigação detalhados. O objetivo é conseguir a validação das suas hipóteses em diversos campos da medicina.
O post no blogue da Google revela que “o sistema é único na utilização de uma abordagem ‘self-play’ para o raciocínio científico e a geração de novas hipóteses, na qual vários modelos Gemini debatem e criticam potenciais hipóteses ao longo do tempo”.
O objetivo é melhorar a qualidade dos resultados com o escalonamento da computação em tempo de teste, é referido na publicação, o que permite que o sistema gere e hierarquize hipóteses e planos de investigação refinados e de alta qualidade para revisão, ‘feedback’ e execução experimental dos investigadores.
Segundo a Google, as hipóteses sugeridas pela ferramenta mostraram resultados iniciais promissores, validados pelos parceiros académicos.
Para os investigadores do Imperial College London, o co-cientista de IA propôs uma hipótese que refletia os resultados de uma descoberta ainda não publicada e validada experimentalmente de um novo mecanismo de transferência de genes que poderia ajudar a compreender a disseminação da resistência antimicrobiana.
Já para os cientistas de Stanford, “propôs novos alvos epigenéticos para a fibrose hepática” e os medicamentos baseados nestes alvos foram validados pela universidade como apresentando atividade antifibrótica.
No caso dos investigadores do Houston Methodist, “o sistema de IA sugeriu a reutilização de um medicamento já existente para a investigação da leucemia mieloide aguda, que foi validada através de biologia computacional e experiências laboratoriais”.
A Google adianta que estão em curso esforços adicionais de validação com parceiros académicos e de indústria selecionados. Os investigadores podem utilizar o sistema através do ‘trusted tester program’ da Google.