Parlamento. Rui Tavares acusa Miguel Arruda de fazer saudação nazi


Miguel Arruda nega gesto e alega que estava apenas a sinalizar o voto.


O dirigente do Livre Rui Tavares acusou, esta sexta-feira, o  ex-deputado do Chega Miguel Arruda de ter feito a saudação nazi no Parlamento.

Rui Tavares interpelou a mesa da Assembleia da República para que ficasse registado que o agora deputado não inscrito Miguel Arruda fez pelo menos duas vezes “de forma consciente e deliberada” o “gesto da saudação fascista, nazi ou romana”, para sinalizar o seu voto.

O deputado do Livre insistiu e dirigindo-se ao vice-presidente da mesa Marcos Perestrelo, deputado socialista que então presidia aos trabalhos do plenário, alegando que o gesto de Miguel Arruda seria  “facilmente comprovável pelas imagens da Assembleia da República”.

“E é um facto que em qualquer parlamento europeu ou qualquer parlamento do mundo tem uma gravidade enorme, porque é uma afronta aos valores democráticos”, acrescentou.

Na resposta, Marcos Perestrello disse que não tinha visto o gesto, mas que se assim tinha acontecido era “realmente condenável”.

Já Miguel Arruda negou ter feito o gesto. “Estava só a sinalizar o meu sentido de voto desse modo. Há vários líderes a fazerem o mesmo, até de esquerda”, afirmou.

Alegou ainda que por estar sentado na última fila no plenário, por vezes, o presidente da Assembleia da República não consegue identificar o seu sentido de voto, razão pelo qual estica o braço.

Mas Rui Tavares não ficou convencido com a justificação do ex-deputado do Chega e insistiu que os serviços da Assembleia da República tomasse providências e intimassem por escrito o próprio “a justificar essa sua ação”.

Marcos Perestrello quis encerrar o assunto, dizendo que a mesa tomou nota da posição do dirigente do Livre e que o deputado Miguel Arruda negou ter esticado o braço com a intenção de fazer a saudação nazi.

Sublinhe-se que Miguel Arruda foi eleito deputado pelo Chega nos Açores nas legislativas, mas desvinculou-se do partido e passou à condição de deputado não inscrito, na sequência da acusação de furto qualificado de malas no aeroporto de Lisboa, pelo Ministério Público.