O deputado do PSD Luís Newton anunciou esta terça-feira que vai pedir a suspensão do mandato de deputado à Assembleia da República, apesar de dizer ainda desconhecer a acusação do processo Tutti Frutti.
“Fui eleito para a Assembleia da República com muita honra pelo partido onde milito desde sempre, o PSD. Sei que o mandato que me foi conferido é meu a partir do momento em que estou deputado, mas a minha lealdade, hoje e sempre, é para com o meu partido e para com o Governo em funções”, refere, em comunicado.
De acordo com a agência Lusa, o deputado considera que tal deve orientar o seu sentido de responsabilidade política: “Assim, não preciso de ponderar muito. Irei pedir a suspensão do meu mandato como deputado na Assembleia da República”, anuncia.
O Ministério Público deduziu acusação contra 60 arguidos no âmbito do processo ‘Tutti Frutti’, uma operação que investigou desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos. Em causa estão suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.
De acordo com a acusação, entre os 60 arguidos estão dois deputados do PSD, o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, e Carlos Eduardo Reis.
Também acusado está Ângelo Pereira é responsável, entre outros, pelos pelouros do Desporto, Higiene Urbana e Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa (CML), que em comunicado indica que pediu a suspensão do mandato “para requerer a abertura da instrução”, por estar convicto da “total ausência de responsabilidade penal a este respeito”.
Aos jornalistas, o presidente da CML, Carlos Moedas salientou a “coragem” do vereador por ter seguido aquilo que “deve ser feito” e “para poder defender-se” pedir a demissão e lembrou que sempre disse que algum político fosse acusado deveria suspender as suas funções, assinalando a importância “que os outros partidos façam o mesmo”.
Questionado se este tipo de casos mancha o PSD, Moedas respondeu que “todos estes casos mancham a política e afastam as pessoas da política”.