As autoridades angolanas anunciaram este domingo o desmantelamento de um grupo subversivo que pretendia atacar alvos estratégicos como a Presidência da República, a refinaria de Luanda e a embaixada norte-americana durante a visita de Joe Biden.
Foram apreendidos 60 toneladas de explosivos e os engenhos explosivos que seriam usados nos ataques terroristas incluíam granadas de mão de origem russa, alemã, britânica e portuguesa.
O porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) adiantou que o grupo liderado por João Gabriel Deussinho, de 34 anos, autointitulado presidente do movimento revolucionário Frente Unida de Reedificação da Ordem Africana (FUROA) pretendia derrubar o Governo angolano e instaurar um novo regime.
Manuel Halaiwa revelou que entre os detidos estão também um agente da Polícia Nacional e um funcionário do Ministério da Justiça.
Segundo o porta-voz do SIC, a organização com ligações internacionais, surgida em 2017, na província do Huambo, começou a ser monitorizada em outubro e pretendia realizar ações terroristas para desestabilizar a ordem política e social do país.
O objetivo era ainda criar pânico durante a visita oficial do ex-presidente norte-americano, Joe Biden, que visitou Angola no final do ano passado.
Foram identificados “indícios da existência de uma suposta organização subversiva de matriz angolana com prováveis ramificações no exterior do país”, afirmou Manuel Halaiwa, citado pela agência Lusa.
Durante a investigação, que contou com órgãos de inteligência nacionais e internacionais e das Forças Armadas Angolanas, identificou-se “uma estratégia” para atingir algumas instituições e também objetivos estratégicos do Estado angolano, nas províncias de Luanda e do Huambo.
“Os engenhos explosivos que seriam usados nos ataques terroristas incluíam granadas de mão de origem russa, alemã, britânica e portuguesa e não pertencem ao arsenal das Forças Armadas Angolanas, sugerindo que foram adquiridos de forma clandestina”, indiciou o mesmo responsável.
Os alvos incluem reservatórios de combustíveis, o Palácio Presidencial, a Assembleia Nacional, a Embaixada dos Estados Unidos da América, uma subestação elétrica, o edifício-sede do Serviço de Investigação Criminal e o Hotel Intercontinental.
“A intenção era, efetivamente, aniquilar o Estado Angolano, ou seja, retirar o partido que atualmente governa Angola, no caso o MPLA, por via de armas”, sublinhou o porta-voz do SIC.