BdP inventou justificação para não pagar salário de Hélder Rosalino, diz Leitão Amaro

BdP inventou justificação para não pagar salário de Hélder Rosalino, diz Leitão Amaro


Leitão Amaro defendeu no Parlamento que contratação de Hélder Rosalino seria uma poupança para os contribuintes.


O ministro da Presidência acusou, esta sexta-feira, o Banco de Portugal (BdP) de ter inventado uma “justificação que não existia” para o não pagamento do vencimento de Hélder Rosalino e impedir a sua contratação.

António Leitão Amaro, ouvido esta quarta-feira de manhã na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, afirmou que, ao contrário do que argumentou o governador Mário Centeno, o Banco de Portugal não estava impedido de pagar salários a membros do Governo, tendo sido, como no caso da garantia pública bancária para os jovens, criada “uma justificação que não existia”.

A legislação refere uma “proibição de atribuição de créditos ou descoberto”, disse o ministro, sublinhando que não era esse o caso e que também não houve transferência de uma despesa pública adicional que deixasse o Banco de Portugal a perder.

Leitão Amaro garantiu ainda que a decisão do Banco de Portugal de fixar o salário de Hélder Rosalino foi totalmente independente de influência política e que a instituição não sairia “beliscada”, porque o salário em causa “não representa quase nada no Banco de Portugal”.

“Não é possível dizer que a independência económica do Banco de Portugal ficaria perturbada por continuar a ter uma despesa que já tinha, que decidiu por si autonomamente, que iria continuar a suportar até ao fim da vida profissional deste consultor e que representa menos de 200 mil euros por ano, em face a 800 milhões de euros por ano de margem financeira”, acrescentou.

O ministro insistiu que a contratação de Hélder Rosalino seria antes uma poupança para os contribuintes, pois caso não fosse ele a assumir o cargo, o que veio a acontecer, o seu vencimento do BdP continuaria a existir e exigia-se a contratação de um outro secretário-geral.