Autarcas independentes em fim de ciclo. Anadia, Borba, Ribeira Brava e Calheta


Além de Rui Moreira, no Porto, há outros quatro municípios dirigidos por movimentos independentes que terão de mudar de presidente em 2025.


Décio Natálio Pereira (DR)

Maria Teresa Belém Engenheira de formação, liderou a Câmara Municipal de Anadia, em Aveiro, durante três mandatos consecutivos. Trabalha na Câmara Municipal de Anadia há mais de vinte anos, primeiro como técnica da autarquia, depois como vice-presidente.

Encabeçou o “Movimento Independente Anadia Primeiro” (MIAP), fundado por Litério Marques, anterior presidente da Câmara, tornando-se na primeira mulher a liderar a câmara anadiense.

António Anselmo

Iniciou a sua carreira política em 2001 como presidente da junta de freguesia da Matriz, cargo que ocupou durante um mandato, e depois como presidente da junta de freguesia de São Bartolomeu, durante dois mandatos, eleito como independente, apoiado pelo Partido Socialista.

Foi depois eleito vereador da Câmara de Borba, em Évora, e, em 2009, assumiu a presidência do município como independente, mantendo-se no cargo desde então. Chega agora ao final do seu último mandato, sem possibilidade de se recandidatar.

Um dos momentos mais marcantes do seu percurso foi a tragédia em Borba, no dia 19 de novembro de 2018, quando um troço da Estrada Municipal 255 desabou para o interior de pedreiras adjacentes, resultando na morte de cinco pessoas.

Investigações subsequentes revelaram que, em 2014, a antiga Direção Regional de Economia do Alentejo havia alertado o Governo e a Câmara de Borba para o risco de colapso da estrada, mas não foram tomadas medidas preventivas adequadas.

Em outubro de 2024, teve início o julgamento relacionado com esta tragédia, no qual António Anselmo é um dos seis arguidos, acusado de cinco crimes de homicídio por omissão.  Durante o julgamento, o autarca negou qualquer responsabilidade pelo incidente, afirmando que não tinha conhecimento de um perigo iminente que justificasse o encerramento da estrada.

Apesar das acusações, manteve-se no cargo de presidente da Câmara de Borba, afirmando que seria “uma falta de vergonha” abandonar o posto neste contexto.

Décio Natálio Pereira

Nascido a 25 de Dezembro de 1971 na freguesia da Ribeira Seca, nos Açores, Décio Pereira é licenciado em Sociologia pela Universidade de Évora, mas nos últimos anos tem-se dedicado à política local.

Em 2013, foi eleito presidente da Câmara Municipal da Calheta, nos Açores, pelo movimento “Dar Vida ao Concelho”, tendo sido reeleito em 2017 e 2021. Os independentes renovaram a maioria absoluta nas últimas eleições, mas perderam um vereador.

Durante o seu mandato, Décio Pereira destacou-se por promover o desenvolvimento local, com ênfase em projetos de infraestrutura e apoio às comunidades rurais.

O autarca encontra-se no final do seu terceiro e último mandato, estando entre os presidentes de câmara que não poderão recandidatar-se nas próximas eleições autárquicas devido ao limite de mandatos.

Ricardo Nascimento

O atual presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, na ilha da Madeira, Portugal, foi reeleito pela terceira vez em setembro de 2021 pelo movimento independente “Ribeira Brava em Primeiro” (RB1), com o apoio do PSD, assegurando seis dos sete vereadores na câmara municipal.

Durante os seus mandatos, Ricardo Nascimento tem-se focado no desenvolvimento económico e social do concelho, promovendo projetos de infraestrutura, turismo e apoio às comunidades locais. Em 2023, enfrentou desafios significativos devido a incêndios na região, especialmente na Serra de Água, que ameaçaram habitações e exigiram a retirada de moradores.

Em 2024, reafirmou o seu compromisso de cumprir o mandato até ao fim, previsto para 2025, afastando especulações sobre uma possível saída antecipada.