O almirante Gouveia e Melo despediu-se oficialmente da Marinha, esta sexta-feira, em cerimónias realizadas em Lisboa e no Alfeite (Almada).
O chefe do Estado-Maior da Armada proferiu um discurso emotivo para encerrar os três anos de liderança, fez um apanhado dos seus 45 anos de carreira e desfez-se em agradecimentos aos militares.
“Hoje é um dos dias mais tristes da minha vida, pois vou despedir-me de vós, que fostes, nos últimos 45 anos, a minha grande família”, começou por dizer o almirante.
Gouveia e Melo relatou várias das operações em que participou nestas mais de quatro décadas e garantiu que tudo estava “gravado” nele e que com ele ficaria “até morrer”, mas que era dos camaradas de quem mais teria saudades.
“Das nossas conversas, da capacidade de nos rirmos de nós próprios e sermos mordazes para com tudo e mais alguma coisa, de partilhar noites ao frio em quartos intermináveis, de ficarmos encharcados com a água do mar, como se esta nos lambesse como um monstro que sente a 5 fibra das suas vítimas, para depois nos largar numa acalmia tranquilizadora, dos ruídos e movimentos ritmados e dos rangidos das anteparas e madeiras, enfim… da vida no mar”, recordou.
A terminar, o almirante quis sublinhar o agradecimento aos camaradas: “Agradeço-vos do fundo do meu ser, a vossa coragem, a vossa lealdade e a vossa prontidão, nesta aventura de 45 anos que está prestes a terminar”.
E deixou um apelo: “Tenham fé, esperança e uma grande força interior para viverem este sonho, que é a vida na Marinha. E nunca deixem de ter orgulho na nossa condição de marinheiros, pois fostes fiéis ao nosso sonho e irredutíveis no amor e dedicação à Pátria. Muito obrigado!”.
“E onde quer que eu esteja, serei, sempre, um vosso camarada”, prometeu ainda.
Já a Marinha também quis prestar a sua homenagem e partilhou um vídeo de despedida nas redes sociais.
