EUA. Processo judicial a empresas por viciarem crianças em produtos ultra-processados

EUA. Processo judicial a empresas por viciarem crianças em produtos ultra-processados


O queixoso pediu ao tribunal que ordenasse um julgamento com júri e exigiu uma indemnização financeira por danos físicos e materiais


Um norte-americano processou judicialmente empresas do ramo alimentar acusando-as de venderam produtos ultra-processados e viciantes para as crianças. Os advogados de Bryce Martínez indicaram esta quarta-feira que os arguidos do caso apresentado na Pensilvânia são a Kraft Heinz, a Mondelez International, a Post Holdings, a Coca-Cola, a Pepsico, a General Mills, a Nestle USA, a Kellanova, a Kellogg, a Mars e a Conagra Brands.

De acordo com o processo judicial, Bryce Martínez alegou que as ações e atividades destas empresas ao longo dos anos provocaram o aparecimento de diabetes tipo 2, e de uma doença no fígado diagnosticada quando tinha 16 anos.

O queixoso pediu ao tribunal que ordenasse um julgamento com júri e exigiu uma indemnização financeira por danos físicos e materiais, uma vez que, em consequência, viverá “o resto da sua vida doente, a sofrer e a ficar cada vez mais doente”.

Segundo um comunicado dos advogados, a ação judicial, resultado de mais de um ano de investigação, inclui dezenas de estudos que “demonstram os efeitos generalizados dos alimentos ultra processados na saúde, incluindo cancro, doenças cardiovasculares, síndrome do intestino irritável, demência e consequências adversas para a saúde mental”.

A queixa, de acordo com a agência Lusa, alega que os visados no processo tiveram “ações estratégicas e calculadas” para “atingir as crianças com alimentos ultra processados viciantes”. O documento acrescenta que “existiram reuniões de estratégia e uma extensa investigação que alegadamente realizaram para aproveitar a nossa biologia e neurologia para criar substâncias viciantes”.

“Doenças como a diabetes tipo 2 e a doença do fígado gordo, ambas quase desconhecidas em crianças há 40 anos, afetam agora a vida de milhões de crianças americanas”, afirmou Bryce Martínez na sua ação judicial contra as empresas.