O apuramento na Liga das Nações segue dentro de momentos

O apuramento na Liga das Nações segue dentro de momentos


Portugal tem uma dupla jornada frente à Polónia e Croácia para fazer um ponto e garantir um lugar nos quartos de final da Liga das Nações


Pode fechar as contas do grupo A1 da Liga das Nações, pelo menos é isso que esperam os portugueses. A seleção nacional tem a obrigação de ganhar à Polónia (19h45, RTP1), mas empatar também serve para passar aos quartos de final. Depois, na última jornada, na Croácia, dia 18, decide-se o vencedor do grupo. 

Na fase de apuramento, Portugal oscilou entre o bom e o mediano. Teve momentos onde praticou um futebol de qualidade, ao nível dos jogadores que tem, mas também teve muitos períodos de meter dó, com fragilidades defensivas e vitórias arrancadas a ferros. Foi assim que a equipa de Roberto Martínez chegou ao jogo com a Escócia, que não tinha qualquer ponto, e empatou. Agora, tem de emendar esse erro, dar uma resposta convincente e ganhar! 

No jogo realizado em Varsóvia, Portugal venceu (3-1) e espera-se que faça o mesmo perante os seus adeptos, mas para isso tem de mostrar maior acerto no último passe e eficácia no remate. Nos últimos seis jogos realizados entre as duas seleções, Portugal ganhou três e registaram-se três empates, a última vitória polaca aconteceu em 2006. A situação complicou-se este fim de semana com a lesão nas costas de Robert Lewandowski, que vai falhar o jogo com Portugal. A partida frente à Croácia, em Split, é, em teoria, a mais difícil, mas pode acontecer que as posições do grupo já estejam definidas. Isso acontecerá se Portugal vencer a Polónia e a Croácia não ganhar na Escócia.

Estreia em força 

A lista de convocados para a próxima dupla jornada não teve grandes surpresas, mas teve uma novidade: a estreia de Nuno Tavares (Lazio), o regresso de Tiago Djaló (FC Porto) e ausências importantes por lesão, casos de Rúben Neves, Rúben Dias, Gonçalo Inácio e Diogo Jota. O estágio de preparação começou ontem na Cidade do Futebol, em Oeiras, sem a presença dos médios Pote (Sporting) e Matheus Nunes (Manchester City) que foram dispensados devido a lesão, e foi chamado o médio Samuel Costa (Maiorca).

Um físico especial 

O selecionador nacional explicou que esta convocatória tem por objetivo “continuar o trabalho realizado no estágio de setembro e outubro e fazer um grupo maior. É uma boa oportunidade para termos jogadores novos. O Tiago Djaló é um central muito interessante, acompanhamo-lo desde o Lille, e o Nuno Tavares tem um físico e condições especiais”. Com Rúben Dias e Gonçalo Inácio lesionados, o setor defensivo fica fragilizado.Vai ser um desafio para os jovens centrais de Portugal, que estão habituados a jogar juntos na equipa de Sub 21, mas falta-lhes experiência na seleção principal. 

Embora um ponto baste para garantir o apuramento, o selecionador foi claro ao dizer que “a ideia é ganhar e conquistar os seis pontos”. Roberto Martínez fez questão de salientar que “procuramos sempre fazer um jogo perfeito, que é marcar golos e não sofrer. O importante é ganhar e mostrar uma ideia de jogo. Contra a Polónia estivemos a um alto nível e quando sofremos um golo reagimos muito bem. Isso é caráter, personalidade e compromisso”.

Para ganhar é necessário marcar golos. Nesse aspeto, o selecionador mostrou-se confiante: “Temos muita qualidade, jogadores virtuosos e temos que ver quem são os jogadores que podem chegar à área e finalizar. O Cristiano Ronaldo é o ponta de lança neste estágio, mas há muita competitividade no ataque e não estou preocupado”, concluiu.

Muito para ganhar 

Os primeiros e os segundos classificados dos grupos da Liga A vão disputar os quartos de final a duas mãos, entre 20 e 25 de março de 2025, e os vencedores dessas eliminatórias garantem um lugar na Final Four, a realizar a 4, 5 e 8 de junho do próximo ano. Alemanha e Espanha já garantiram o apuramento para a fase seguinte, mas ainda há muito para decidir, nomeadamente quem passa aos quartos de final e quem vence os grupos. Isso acaba por ser importante na medida em que os primeiros classificados de cada grupo jogam a segunda mão em casa. No grupo A2, a Itália lidera, mas França e Bélgica estão igualmente na luta pelo apuramento. A Bélgica quer interromper a série negativa frente à Itália que dura há 52 anos. No jogo da primeira volta, os Diabos Vermelhos conseguiram um empate a dois golos em Roma, recuperando de uma desvantagem de dois golos. A seleção italiana é a mais goleadora (11 golos marcados). A França está numa situação mais favorável e caso vença Israel, em Paris, garante a qualificação. Depois do que se passou em Amesterdão com os adeptos do Maccabi Tel Aviv, este jogo está a preocupar as autoridades francesas, que mobilizaram quatro mil polícias para este jogo. No grupo A3, a Alemanha já está nos quartos de final, mas os Países Baixos e a Hungria estão empatados no segundo lugar e vão-se defrontar em Amesterdão. A Espanha já está apurada no grupo A4 e vai defrontar a Dinamarca, que precisa de uma vitória para garantir o apuramento, só que há 31 anos que os nórdicos não vencem os espanhóis. Com a qualificação garantida, os próximos dois jogos de Espanha vão servir para lançar novos jogadores. Isso explica que o selecionador espanhol Luis de la Fuente não tenha convocado qualquer jogador do Real Madrid, algo que não acontecia desde 2021. Em contrapartida, Samu, ponta de lança do FC Porto, foi chamado à La Roja pela primeira vez, aos 20 anos. É o reconhecimento da excelente época que está a fazer e dos 15 golos marcados em 16 jogos. “É o momento de dar oportunidade aos jogadores que a mereceram. Tem potencial para ser um avançado muito bom e tem margem para melhorar. Procuro avançados com características diferentes. O Samu dá-nos uma boa defesa, potência nas transições e é um bom finalizador”, justificou o selecionador. 

Mas há outra ausência importante nas seleções, que é Kylian Mbappé. Pela segunda vez ficou de fora da convocatória, mas desta vez não foi por um problema físico, mas sim por opção de Didier Deschamps. “Tomei esta decisão porque é melhor assim”, foi a (não) justificação do selecionador gaulês.