Vinhos com pedigree. Beber como se fosse ouro

Vinhos com pedigree. Beber como se fosse ouro


Se o comum dos mortais procura vinhos no supermercado até cinco euros, no mundo dos leilões há garrafas que podem chegar quase ao milhão de euros. Mas há quem pague milhares de euros nos restaurantes por um ‘simples’ Petrus


Para o comum dos mortais, uma garrafa de vinho que custe mais do que 50 euros no supermercado é um magnífico néctar. Para os verdadeiros apreciadores, e com poder de compra, podemos dizer que os mil euros em lojas de especialidade são o máximo que se deve gastar numa simples garrafa de vinho ou champanhe. “Os verdadeiros conhecedores conseguem ver as diferenças entre os vinhos até aos mil euros, depois disso é só pretensiosismo, pois é impossível descortinar as diferenças que justifiquem pagar-se 100 mil euros por uma garrafa”, explica ao i, Bernardo Reino, antigo dono de uma loja de vinhos do Bairro Alto, nos anos 80.

Fazendo uma viagem no dr. Google, facilmente se percebe que há duas listas distintas: os vinhos que foram vendidos pela maior licitação em leilão, e os conhecidos vinhos que continuam a merecer a categoria de o melhor. Isto é: há vinhos que são vendidos por quase um milhão de euros, e que até podem já nem ser produzidos, mas que ‘foram’ à Lua ou acabaram por ser descobertos nalgum navio que foi afundado há muitos anos. Depois, há a categoria dos clássicos que continuam a ser vendidos nos melhores restaurantes do mundo, havendo registos de contas astronómicas de figuras do mundo dos negócios ou do desporto. 

Aqui lhe deixamos uma lista dos dois: os que foram vendidos em leilões e os que custam fortunas nas lojas da especialidade ou nos restaurantes mais caros. Certo é que muitos dos que foram comprados em leilão talvez nunca venham a ser bebidos, pois são como verdadeiras obras de arte.

Petrus 2000

Segundo um site brasileiro – muito dado a estas extravagâncias – um destes exemplares foi enviado ao espaço onde ‘estagiou’ 14 meses. A leiloeira Sothebys espera conseguir 830 mil euros com a sua venda. Segundo reza a lenda, o Petrus ganhou outro valor depois de ter sido descoberto pela Rainha Isabel II, que o terá escolhido para ser servido na sua coroação.No Auchan pode comprar uma garrafa por 5.750 euros.

Screaming Eagle Cabernet Sauvignon

Dizer-se que este ou aquele vinho é o mais caro do mundo tem uma grande dose de probabilidades de estar errado. Os leilões são o que são e ninguém sabe que destino têm as compras. Mas, segundo os brasileiros, o Screaming Eagle Caernet Sauvignon 1992 terá sido comprado por 420 mil euros num leilão nos EUA, em 2000. A garrafa leva seis litros e ninguém sabe onde anda a sua irmã gémea – os dois exemplares são únicos. 

Domaine de la Romanée-Conti 1945

Este vinho é conhecido mundialmente por todos os que têm a pretensão de estarem entre a realeza dos consumidores de milhares de euros à mesa, falando-se que a garrafa de 1945 atingiu o simpático valor de 482 mil euros num leilão da Sothebys, quem mais podia ser? A garrafa mais barata que encontrámos, e o leitor poderá adquirir, anda à volta dos dois mil euros. Se nos restaurantes costumam triplicar o preço, é só fazer as contas.

Chateau Cheval Blanc

O preço das garrafas ‘normais’ é ‘acessível’ a uma classe média com vontade de beber caro, andará pelos 150 euros. Mas um exemplar de 1947 foi vendido por cerca de 220 mil euros a um colecionador de Genebra. A garrafa de seis litros faz parte de uma colheita que foi considerada um “acidente da natureza” e que tinha tudo para dar errado. Mas, muitas vezes, as desgraças anunciadas dão lugar a vitórias muito saborosas.

Chateau Margaux 1787

Segundo o sítio Catawiki, esta garrafa de 1787 custou uma fortuna a uma seguradora. Porquê? Supostamente, o vinho tinha feito parte da coleção de vinhos de Thomas Jefferson, antigo Presidente dos EUA, e foi vendida por 191 mil euros. Acontece que um comerciante levou-a para um jantar num hotel de Nova Iorque e deixou-a cair… Já conhecia a anedota do ‘És tinto fatal’, mas esta é melhor.    

1907 Heidsieck & Monopole

As fontes consultadas não são coincidentes, mas sabe-se que cerca de duas mil e quinhentas garrafas deste champanhe foram descobertas no fundo do mar, depois do navio ter sido afundado, as divergências dizem respeito à data do afundamento do navio. O que se sabe é que as garrafas estavam intactas dentro das caixas de madeira. Resistiram até ao bombardeamento, mas uma delas, sabe-se, acabou em Moscovo, vendida por 224 mil euros.