Lisboa não está onde poderia estar


A gestão desnorteada que caracteriza o mandato de Carlos Moedas tem consentido a degradação da qualidade do investimento e despesa realizada.


Lisboa tem condições para ser efetivamente uma Cidade Incrível! Não há no mundo muitos locais urbanos com as condições que Lisboa apresenta. Contudo, e na apreciação que auxílio, a gestão desnorteada que caracteriza o mandato de Carlos Moedas na presidência da Câmara Municipal de Lisboa, tem consentido a degradação da qualidade do investimento e despesa realizada, gerando por consequência direta um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas. Não é certamente por falta de meios; os fundos anuais que Lisboa dispõe superam a soma do conjunto de municípios composto por Porto, Amadora, Coimbra, Oeiras e Cascais. Nesta lista de municípios há exemplos de excelente gestão do território, havendo também exemplos de gestão menos qualificada, contudo nenhum se apresenta com níveis de gestão tão deficiente quanto Lisboa.

O lixo acumulado pela cidade e o número assustador de sem-abrigos são a face mais visível da ausência de boa gestão. Tenho-o repetidamente mostrado em imagens na página de Instagram com o meu nome. Também as fragilidades de tesouraria da Câmara de Lisboa (com um orçamento anual de € 1.300.000.000) são um sinal preocupante do desnorte. Saem profundamente prejudicados os fornecedores que veem os prazos de pagamento acordados, incumpridos, e os funcionários a quem as ajudas de custo tardam em ser pagas. A falta de respeito pelos compromissos contratualizados é internacionalmente considerada um dos maiores entraves ao desenvolvimento de economias saudáveis.

O modelo de gestão que caracteriza a Câmara de Lisboa, prejudica Lisboa, contaminando negativamente o país, cujo governo recentemente empossado, e contrariamente às expectativas, se mostra esforçado em tentar modernizar o ambiente de inovação e confiança económica.

O desnorte observado torna-se ainda mais preocupante porque na autoavaliação do presidente de Câmara, a cidade é uma cidade renovada. A cidade renovada que acolheu a La Vuelta e as jornadas mundiais de juventude e com essa obra, nas suas palavras, transformou a parte oriental da cidade (visitei pela primeira vez na passada semana o Parque Tejo e tenho dificuldade em descrever por palavras a repulsão que senti).

A transição climática, dossier que ficou sob responsabilidade direta do presidente de Câmara, conseguiu a proeza de nos 75.000 candeeiros municipais onde era previsto substituir as lâmpadas por iluminação Led, não substituir um único, tal como a Câmara de Lisboa conseguiu a proeza de, em função da qualidade do dossier, ter dois concursos desertos para a Central Fotovoltaica de Carnide. Conseguiu ainda a Câmara de Lisboa, o absolutamente impensável, no programa Lisboa Solar da responsabilidade direta do presidente de Câmara, e que consistiu em não colocar painéis solares nos equipamentos municipais como escolas, mercados e edifícios municipais. Absolutamente brilhante e dificilmente replicável!

Lamentavelmente a cidade de Lisboa está mal-acompanhada. Quem a gere não gosta o suficientemente dela para transformar em trabalho obcecado o enorme desafio que uma cidade incrível, para ser incrível, precisa ver feito.

Nota final e para que não fique a ideia de que não sabemos o que é trabalho bem feito no que diz respeito a lixo, reciclagem, uso de energias renováveis, sem-abrigos, salários mínimos, prazos de pagamento a fornecedores, civismo e qualidade de vida, temos no Taguspark – Cidade do Conhecimento níveis de referência internacional que nos permitem ter a leitura que temos, na forma como a capital de Portugal é gerida.

Como se isso não bastasse, temos o exemplo maior de Oeiras.

Falta Fazer Bem Feito e, por isso, Lisboa não está onde poderia estar.

CEO do Taguspark

Professor da Escola de Gestão do ISCTE

Subscritor do Manifesto “Por uma Democracia de Qualidade”

Lisboa não está onde poderia estar


A gestão desnorteada que caracteriza o mandato de Carlos Moedas tem consentido a degradação da qualidade do investimento e despesa realizada.


Lisboa tem condições para ser efetivamente uma Cidade Incrível! Não há no mundo muitos locais urbanos com as condições que Lisboa apresenta. Contudo, e na apreciação que auxílio, a gestão desnorteada que caracteriza o mandato de Carlos Moedas na presidência da Câmara Municipal de Lisboa, tem consentido a degradação da qualidade do investimento e despesa realizada, gerando por consequência direta um impacto negativo na qualidade de vida das pessoas. Não é certamente por falta de meios; os fundos anuais que Lisboa dispõe superam a soma do conjunto de municípios composto por Porto, Amadora, Coimbra, Oeiras e Cascais. Nesta lista de municípios há exemplos de excelente gestão do território, havendo também exemplos de gestão menos qualificada, contudo nenhum se apresenta com níveis de gestão tão deficiente quanto Lisboa.

O lixo acumulado pela cidade e o número assustador de sem-abrigos são a face mais visível da ausência de boa gestão. Tenho-o repetidamente mostrado em imagens na página de Instagram com o meu nome. Também as fragilidades de tesouraria da Câmara de Lisboa (com um orçamento anual de € 1.300.000.000) são um sinal preocupante do desnorte. Saem profundamente prejudicados os fornecedores que veem os prazos de pagamento acordados, incumpridos, e os funcionários a quem as ajudas de custo tardam em ser pagas. A falta de respeito pelos compromissos contratualizados é internacionalmente considerada um dos maiores entraves ao desenvolvimento de economias saudáveis.

O modelo de gestão que caracteriza a Câmara de Lisboa, prejudica Lisboa, contaminando negativamente o país, cujo governo recentemente empossado, e contrariamente às expectativas, se mostra esforçado em tentar modernizar o ambiente de inovação e confiança económica.

O desnorte observado torna-se ainda mais preocupante porque na autoavaliação do presidente de Câmara, a cidade é uma cidade renovada. A cidade renovada que acolheu a La Vuelta e as jornadas mundiais de juventude e com essa obra, nas suas palavras, transformou a parte oriental da cidade (visitei pela primeira vez na passada semana o Parque Tejo e tenho dificuldade em descrever por palavras a repulsão que senti).

A transição climática, dossier que ficou sob responsabilidade direta do presidente de Câmara, conseguiu a proeza de nos 75.000 candeeiros municipais onde era previsto substituir as lâmpadas por iluminação Led, não substituir um único, tal como a Câmara de Lisboa conseguiu a proeza de, em função da qualidade do dossier, ter dois concursos desertos para a Central Fotovoltaica de Carnide. Conseguiu ainda a Câmara de Lisboa, o absolutamente impensável, no programa Lisboa Solar da responsabilidade direta do presidente de Câmara, e que consistiu em não colocar painéis solares nos equipamentos municipais como escolas, mercados e edifícios municipais. Absolutamente brilhante e dificilmente replicável!

Lamentavelmente a cidade de Lisboa está mal-acompanhada. Quem a gere não gosta o suficientemente dela para transformar em trabalho obcecado o enorme desafio que uma cidade incrível, para ser incrível, precisa ver feito.

Nota final e para que não fique a ideia de que não sabemos o que é trabalho bem feito no que diz respeito a lixo, reciclagem, uso de energias renováveis, sem-abrigos, salários mínimos, prazos de pagamento a fornecedores, civismo e qualidade de vida, temos no Taguspark – Cidade do Conhecimento níveis de referência internacional que nos permitem ter a leitura que temos, na forma como a capital de Portugal é gerida.

Como se isso não bastasse, temos o exemplo maior de Oeiras.

Falta Fazer Bem Feito e, por isso, Lisboa não está onde poderia estar.

CEO do Taguspark

Professor da Escola de Gestão do ISCTE

Subscritor do Manifesto “Por uma Democracia de Qualidade”