Presidente de França suspende reforma eleitoral na Nova Caledónia

Presidente de França suspende reforma eleitoral na Nova Caledónia


O presidente francês encontrou-se com representantes legalistas, favoráveis à continuidade da Nova Caledónia no seio da República Francesa, e depois com líderes dos partidos independentistas para tentar um regresso ao “diálogo e à segurança”


O presidente francês anunciou esta quinta-feira a suspensão da reforma eleitoral que desencadeou há 12 dias uma revolta independentista no território ultramarino da Nova Caledónia. Os distúrbios saldaram-se num balanço de seis mortos.

“Depois de ouvir toda a gente, comprometi-me a que esta reforma não entre em vigor no contexto atual”, disse Emmanuel Macron em Nouméa, citado pela agência francesa AFP.

No final da visita de 12 horas, Macron disse que deu às partes “mais algumas semanas” para negociar e comprometeu-se a apresentar um relatório intercalar “dentro de um mês” sobre o futuro institucional do arquipélago do Pacífico.

Prometeu também uma ajuda de emergência ao território francês para fazer face aos danos, que descreveu como colossais, provocados durante os protestos.

O presidente gaulês apelou ainda ao fim dos bloqueios de estrada para levantar o estado de emergência na Nova Caledónia. “Quando tivermos verificado que estes bloqueios foram efetivamente levantados, o diálogo político deve ser retomado imediatamente, juntamente com o lançamento de uma missão de mediação”, afirmou Macron. 

As barricadas transformaram algumas partes da capital em zonas impossíveis de passar, inclusive para os doentes que necessitam de tratamento médico ou para famílias que procuram comida e água. As lojas fecharam na sequência de saques e incêndios.

A situação levou Macron a declarar o estado de emergência em 15 de maio, e a enviar uma força policial para a Nova Caledónia para repor a ordem.

Durante a curta visita, Macron encontrou-se com representantes legalistas, favoráveis à continuidade da Nova Caledónia no seio da República Francesa, e depois com líderes dos partidos independentistas para tentar um regresso ao “diálogo e à segurança”.