Muitas mudanças em tão pouco tempo de governo


E se este Governo aguentar, por hipótese, um ano ou dois? Irá o próximo executivo fazer tábua rasa e mudar toda a gente outra vez? E por aí adiante?


Já todos sabíamos que Luís Montenegro nunca teria a vida facilitada. A_vantagem tangencial obtida pela AD nas eleições, a minoria no Parlamento e a oposição encarniçada de André Ventura assim o determinam.

Mas o próprio primeiro-ministro, se por um lado tem tentado apagar uns quantos fogos, por outro lado tem feito por ateá-los. Refiro-me às mudanças feitas em certos lugares-chave.

Nem todas podem ser imputadas diretamente ao novo Governo. Fernando Araújo, o diretor executivo do SNS, por exemplo, apresentou a sua demissão por considerar que a nova ministra tinha uma visão para a saúde incompatível com a sua.

E aparentemente foi também de José Furtado, o presidente das Águas de Portugal, que partiu a iniciativa de sair.

Depois temos os casos de Ana Jorge, afastada da Santa Casa para não ter direito a indemnização, e do diretor nacional da PSP, Barros Correia, que saiu para dar lugar a Luís Carrilho.

Não sei se estas substituições se devem mais a questões de lealdade ou de competência. Ou se servem como moeda de troca para alguma coisa ou para manter certas pessoas ou clientelas satisfeitas. Mas convenhamos que são demasiadas mudanças para umas meras cinco semanas de governação.

Esta dança permanente – de pessoas, de estratégias, de objetivos – em função dos ciclos políticos revela falta de maturidade da nossa democracia e impede o país de andar para diante.

Fernando Araújo e José Furtado saíram pelo seu próprio pé. Mas houve alguma diligência para os manter a bordo?

E se este Governo aguentar, por hipótese, um ano ou dois? Irá o próximo executivo fazer tábua rasa e mudar toda a gente outra vez? E por aí adiante?

Qualquer um perceberá que quem tenha uma trajetória definida, mesmo que faça um desvio ou outro, sabe para onde quer ir e dá os passos na direção certa para lá chegar. Mas quem der hoje dois passos em frente e amanhã dois passos para o lado e no dia seguinte dois para trás nunca há de chegar a lado nenhum. Ficará apenas desorientado.

Talvez seja também por isso que o país nunca mais chega a bom porto.

Muitas mudanças em tão pouco tempo de governo


E se este Governo aguentar, por hipótese, um ano ou dois? Irá o próximo executivo fazer tábua rasa e mudar toda a gente outra vez? E por aí adiante?


Já todos sabíamos que Luís Montenegro nunca teria a vida facilitada. A_vantagem tangencial obtida pela AD nas eleições, a minoria no Parlamento e a oposição encarniçada de André Ventura assim o determinam.

Mas o próprio primeiro-ministro, se por um lado tem tentado apagar uns quantos fogos, por outro lado tem feito por ateá-los. Refiro-me às mudanças feitas em certos lugares-chave.

Nem todas podem ser imputadas diretamente ao novo Governo. Fernando Araújo, o diretor executivo do SNS, por exemplo, apresentou a sua demissão por considerar que a nova ministra tinha uma visão para a saúde incompatível com a sua.

E aparentemente foi também de José Furtado, o presidente das Águas de Portugal, que partiu a iniciativa de sair.

Depois temos os casos de Ana Jorge, afastada da Santa Casa para não ter direito a indemnização, e do diretor nacional da PSP, Barros Correia, que saiu para dar lugar a Luís Carrilho.

Não sei se estas substituições se devem mais a questões de lealdade ou de competência. Ou se servem como moeda de troca para alguma coisa ou para manter certas pessoas ou clientelas satisfeitas. Mas convenhamos que são demasiadas mudanças para umas meras cinco semanas de governação.

Esta dança permanente – de pessoas, de estratégias, de objetivos – em função dos ciclos políticos revela falta de maturidade da nossa democracia e impede o país de andar para diante.

Fernando Araújo e José Furtado saíram pelo seu próprio pé. Mas houve alguma diligência para os manter a bordo?

E se este Governo aguentar, por hipótese, um ano ou dois? Irá o próximo executivo fazer tábua rasa e mudar toda a gente outra vez? E por aí adiante?

Qualquer um perceberá que quem tenha uma trajetória definida, mesmo que faça um desvio ou outro, sabe para onde quer ir e dá os passos na direção certa para lá chegar. Mas quem der hoje dois passos em frente e amanhã dois passos para o lado e no dia seguinte dois para trás nunca há de chegar a lado nenhum. Ficará apenas desorientado.

Talvez seja também por isso que o país nunca mais chega a bom porto.