Eurovisão, o festival do bizarro


Por falar em bandeiras, enquanto várias que simbolizam o orgulho gay, não binário e outros que mais entraram na arena de Malmo quem levava a da União Europeia teve que a deixar à porta.


Já há vários anos que assim é. Das canções que deveriam ser o centro do espetáculo pouco reza a história. Ninguém se lembra e pouco interessa. Atrevo-me a dizer até, que o festival Eurovisão da Canção, passou a ser de há uns anos a esta parte o Festival do Bizarro e que o que lhe falta de boa música tem em excesso de peripécias sórdidas e casos (muitos!) que davam para uma série inteira da Netflix. Mas vamos por partes, o vencedor desta edição, porque é sempre bom referi-lo, foi o artista Nemo da Suíça com o tema “The Code”. Vitória ofuscada por um sem número de situações polémicas que encheram capas de jornais e que de tão absurdas nos fazem questionar se não farão parte de uma ardilosa campanha de marketing.

Para começar, a presença de Israel foi amplamente criticada, quer pelo público ou por alguns dos outros participantes de nada tendo servido os sucessivos comunicados por parte da organização (União Europeia da Radiodifusão) afirmando que este é um evento não político. Foram milhares as pessoas que se manifestaram à porta da Malmo Arena, na Suécia, a favor da Palestina. Lá dentro, a expulsão do concorrente dos Países Baixos foi justificada por uma queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção, na sequência de um incidente que ocorreu após a atuação de Joost Klein na semifinal de quinta-feira à noite. Os concorrentes da Irlanda, Grécia e Suíça não subiram ao palco no ensaio para a final devido a “uma situação” ocorrida no início da sessão.

Fosse no desfile das bandeiras ou no anúncio da classificação de Israel dada pelo juri, as vaias foram permanentes e houve até quem fingisse estar a dormir durante a intervenção israelita na conferência de imprensa. A artista portuguesa resolveu levar as unhas pintadas com alusão aos keffiyehs palestinianos, que simbolizam a luta pelo país e talvez tentando esconder a mediocridade da sua música tentou angariar mais alguns votos colocando a bandeira LGBTQI+ ao lado da bandeira de Portugal. Por falar em bandeiras, enquanto várias que simbolizam o orgulho gay, não binário e outros que mais entraram na arena de Malmo quem levava a da União Europeia teve que a deixar à porta.

Para além destas e de outras confusões, o que fica do Festival da Eurovisão é um espetáculo com péssimo gosto musical, um artista finlandês que actuou com uma cueca fio dental com as cores do Windows 95 (ou os irlandeses que pareciam tirados de um filme de terror) e uma tendência assumidamente não heterossexual, que terminou com vários detidos por protestos. Uma salganhada com contornos cómico-dramáticos e uma autêntica salada russa que nos faz ter saudades dos tempos de Eládio Clímaco.

Eurovisão, o festival do bizarro


Por falar em bandeiras, enquanto várias que simbolizam o orgulho gay, não binário e outros que mais entraram na arena de Malmo quem levava a da União Europeia teve que a deixar à porta.


Já há vários anos que assim é. Das canções que deveriam ser o centro do espetáculo pouco reza a história. Ninguém se lembra e pouco interessa. Atrevo-me a dizer até, que o festival Eurovisão da Canção, passou a ser de há uns anos a esta parte o Festival do Bizarro e que o que lhe falta de boa música tem em excesso de peripécias sórdidas e casos (muitos!) que davam para uma série inteira da Netflix. Mas vamos por partes, o vencedor desta edição, porque é sempre bom referi-lo, foi o artista Nemo da Suíça com o tema “The Code”. Vitória ofuscada por um sem número de situações polémicas que encheram capas de jornais e que de tão absurdas nos fazem questionar se não farão parte de uma ardilosa campanha de marketing.

Para começar, a presença de Israel foi amplamente criticada, quer pelo público ou por alguns dos outros participantes de nada tendo servido os sucessivos comunicados por parte da organização (União Europeia da Radiodifusão) afirmando que este é um evento não político. Foram milhares as pessoas que se manifestaram à porta da Malmo Arena, na Suécia, a favor da Palestina. Lá dentro, a expulsão do concorrente dos Países Baixos foi justificada por uma queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção, na sequência de um incidente que ocorreu após a atuação de Joost Klein na semifinal de quinta-feira à noite. Os concorrentes da Irlanda, Grécia e Suíça não subiram ao palco no ensaio para a final devido a “uma situação” ocorrida no início da sessão.

Fosse no desfile das bandeiras ou no anúncio da classificação de Israel dada pelo juri, as vaias foram permanentes e houve até quem fingisse estar a dormir durante a intervenção israelita na conferência de imprensa. A artista portuguesa resolveu levar as unhas pintadas com alusão aos keffiyehs palestinianos, que simbolizam a luta pelo país e talvez tentando esconder a mediocridade da sua música tentou angariar mais alguns votos colocando a bandeira LGBTQI+ ao lado da bandeira de Portugal. Por falar em bandeiras, enquanto várias que simbolizam o orgulho gay, não binário e outros que mais entraram na arena de Malmo quem levava a da União Europeia teve que a deixar à porta.

Para além destas e de outras confusões, o que fica do Festival da Eurovisão é um espetáculo com péssimo gosto musical, um artista finlandês que actuou com uma cueca fio dental com as cores do Windows 95 (ou os irlandeses que pareciam tirados de um filme de terror) e uma tendência assumidamente não heterossexual, que terminou com vários detidos por protestos. Uma salganhada com contornos cómico-dramáticos e uma autêntica salada russa que nos faz ter saudades dos tempos de Eládio Clímaco.