Os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da União Europeia (UE) chegaram esta quarta-feira a um acordo político sobre a mobilização dos lucros com bens russos congelados para a Ucrânia. Novas sanções à Rússia que abrangem o GNL estão em estudo.
“Os embaixadores da UE chegaram a um acordo de princípio sobre as medidas relativas às receitas extraordinárias provenientes dos ativos imobilizados da Rússia. O dinheiro servirá para apoiar a recuperação e a defesa militar da Ucrânia no contexto da agressão russa”, escreveu a presidência belga do Conselho, numa publicação na rede social X.
Este é “mais um nível adicional de apoio à Ucrânia, atualmente estimado em cerca de três mil milhões de euros por ano”, num total de 12 mil milhões nos próximos quatro anos.
O acordo prevê que 90% deste valor seja afetado para a Ucrânia através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz (que financia a compra de armas e munições de proteção) e 10% através do orçamento da UE (apoio não militar).
A decisão surge depois de uma das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia ter envolvido a proibição de transações relacionadas com gestão das reservas e dos ativos do banco central russo, com os restantes ativos relevantes detidos por instituições financeiras nos Estados-membros a ficarem congelados.
Na reunião desta quarta-feira dos representantes permanentes dos Estados-membros junto da UE, foi também discutido um 14.º pacote de sanções à Rússia. A aprovação deverá demorar “algumas semanas”.
A UE tem vindo a reduzir as importações de gás russo (que chega por gasoduto), passando de uma dependência de 40% em 2021 para 8% em 2023, mas as importações de GNL da Rússia têm vindo a aumentar. Este é um importante setor para a economia russa, gerando quase oito mil milhões de euros anuais.