As verdadeiras cores da Revolução

As verdadeiras cores da Revolução


Marianne, a protagonista que usa o barrete frígio e empunha a bandeira, tornou-se um símbolo não apenas da liberdade, mas da própria República.


O Museu do Louvre está cheio de obras de arte únicas – mas algumas são mais únicas do que outras. A Liberdade Guiando o Povo constitui um desses ícones absolutos da instituição parisiense, quase tão procurado como a Mona Lisa.

O quadro pintado em 1830 por Eugène Delacroix (1798-1863), que se encontrava um tanto empalidecido pelo tempo, acaba de passar por um processo de restauro que retirou os vernizes escurecidos e lhe devolveu as cores originais. Os vermelhos e azuis do céu e da bandeira contrastam agora mais vivamente com os tons sombrios dos mortos e dos escombros.

Delacroix, que talvez fosse filho ilegítimo do grande diplomata Talleyrand, entusiasmou-se com a revolução de julho de 1830, que depôs o Rei Carlos X, instaurando uma monarquia constitucional.

Curiosamente, mas por razões compreensíveis, muitos associam a famosa pintura à revolução de 1789. E Marianne, a protagonista que usa o barrete frígio e empunha a bandeira, tornou-se um símbolo não apenas da liberdade, mas da própria República, amplamente difundido em moedas e selos.