O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, no seu discurso da sessão solene, da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, comprometeu-se com a defesa da democracia política, social e cultural, "dos ataques dos novos e velhos inimigos", indicando que Abril é uma vitória dos portugueses cujo os problemas "não se resolvem com o populismo".
O líder dos socialistas reforçou a importância do movimento dos capitães, e que "pôs fim à mais antiga ditadura da Europa Ocidental", quando Portugal "era um país de cidadãos de segunda e onde as mulheres eram cidadãs de terceira".
De cravo vermelho na lapela, Pedro Nuno Santos afirmou que: "As portas que Abril abriu transformaram um Estado repressivo num Estado de direito democrático e social. É verdade que a concretização dos sonhos de abril é um trabalho imperfeito e ainda inacabado, mas os portugueses venceram".
A revolução, aos olhos do socialista, "é mais do que história e mais do que memória", porque "Abril é vitória", e avisou que "os avanços sociais e culturais geram muitas vezes reações de incompreensão e até de rejeição".
"O PS aqui estará para defender a democracia política e a democracia social e cultural dos ataques dos seus novos e velhos inimigos. Foi uma e outra que Abril construiu. Uma e outra estão sob ataque e uma e outra terão a nossa proteção", comprometeu-se.
O secretário-geral do PS explica que "os desafios e os problemas que muitas famílias enfrentam não se resolvem com o populismo" que é "uma política que explora os nossos sentimentos mais negativos, uma política dura com os fracos porque lhe falta a coragem para ser dura com os fortes".
Ainda no decorrer do discurso, o socialista defende que o PS, com "o espírito da vitória do 25 de Abril", encara os problemas do país. "São desafios e problemas que, 50 anos depois, não se resolvem com mais liberalismo e um Estado ao serviço da minoria", apontou.
Pedro Nuno Santos, "nos últimos 50 anos os portugueses conquistaram o direito a viverem com liberdade, a amarem quem quiserem e a constituir a família que desejam" e "conquistaram o direito a serem felizes, sem ter de se esconder ou sentir vergonha de como são e se sentem".
"Abril não proíbe nenhuma família, Abril é liberdade e alegria e as mulheres, nas últimas décadas, emanciparam-se e libertaram-se e passaram a não ter de pedir licença para procurarem a sua felicidade", prosseguiu.
Ao som de vários aplausos, vindos da bancada socialista, o socialista indica que "partilha do poder e o fim da hegemonia do homem gera resistência".
"Mas já não há recuo possível: as mulheres em Portugal já conquistaram o direito a perseguir os seus sonhos", disse.
Citando a artista Capicua, Pedro Nuno Santos deixou claro que os portugueses não têm medo, "eles têm medo que nós não tenhamos medo".
"Nós sabemos bem, enquanto povo, o que está em causa: preservar e defender o que conquistámos; e resistir às tentativas de retrocesso social, económico e cultural".